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Tombini sugere que pode endurecer contra a inflação

Para presidente do BC, economia dá sinais de retomada e reforça preocupação com alta de preços 'resistente'

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO PEDRO SOARES DO RIO

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ontem que a atividade econômica dá sinais de que cresce a um ritmo mais veloz do que o observado no fim do ano passado e reforçou a preocupação com o "nível e a resistência" da inflação.

Embora tenha repetido que o BC deverá agir com cautela na reação aos aumentos de preços, Tombini deixou no ar que pode endurecer na ação.

Desde fevereiro, autoridades do governo e o próprio presidente do BC têm demonstrado desconforto com a alta da inflação.

A ata da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) alimentou a expectativa de que o BC pode elevar os juros para conter aumentos de preços, e as taxas no mercado futuro subiram. Ontem, Tombini disse que o discurso surtiu efeito.

"O ajuste na mensagem do Banco Central, por si só, já determinou mudança relevante nas condições financeiras", afirmou. "Ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias."

A avaliação do presidente do BC é que as altas de preço ao consumidor têm se ampliado para mais produtos, o que, combinado com pressões sazonais, tem tornado a inflação mais resistente.

IPCA-15

Ontem, o IBGE revelou que a prévia da inflação oficial de março (0,49%) ficou abaixo da de fevereiro (0,68%). Contudo, o IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 6,43%, perto do teto da meta do governo (6,5%), e pode superar barreira até o fim do mês.

O recuo foi proporcionado pela redução das tarifas de energia elétrica (que compensou a alta da gasolina), por uma leve desaceleração dos preços dos alimentos e pelo fim do impacto do aumento do grupo educação, concentrado em fevereiro.

Analistas projetam um aumento do IPCA fechado de março entre 0,40% e 0,50%. Se a inflação ficar neste intervalo, haverá o estouro da meta no índice de 12 meses.

As previsões, porém, indicam desaceleração a partir de maio, o que deve fazer o IPCA fechar o ano abaixo do limite de 6,5%. Segundo pesquisa semanal do BC, analistas estimam que a inflação deva ficar em torno de 5,5%.

Para Thaís Marzola Zara, da Rosenberg e Associados, a inflação acima do teto ao fim do mês de março "fortalece o alerta para o Banco Central agir no sentido de elevar a taxa de juros".

Um fator de preocupação é que inflação segue bastante disseminada, com alta em mais de 70% dos produtos.

"A alimentação [que subiu 1,40% em março] deve desacelerar nos próximos meses, mas o cenário é muito complicado. Há certamente a necessidade de alta de juros", disse Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio.

CAUTELA

Tombini enfatizou, contudo, que, para decidir sobre os juros, o BC vai observar a evolução da atividade e da inflação. O crescimento, disse ele, tem dado sinais de melhora.

Segundo sua estimativa, a economia está crescendo a um ritmo de 4% ao ano neste primeiro trimestre. Projeções de analistas são de crescimento de 3% neste ano -em 2012, a economia brasileira cresceu 0,9%.

"Está em curso um processo de retomada", afirmou.

Tombini disse ainda que há sinais de o investimento estar crescendo, e a confiança do industrial, aumentando.


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