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Brasil mantém no limbo missão no Paraguai

Há nove meses sem embaixador no país vizinho, Itamaraty espera saída de presidente Federico Franco do cargo

Relação foi afetada com impeachment de Lugo em 2012; interesses do Brasil incluem Itaipu e 400 mil 'brasiguaios'

ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

Com as relações com o Paraguai estremecidas desde o impeachment-relâmpago de Fernando Lugo no ano passado, o Brasil está sem embaixador em Assunção há nove meses, e a situação deve continuar no mínimo até as eleições presidenciais do país, em 21 de abril.

É grande a chance de o vácuo se estender até a posse do próximo presidente, em agosto. Segundo a Folha apurou, o Brasil, que não reconhece o mandato de Federico Franco, não quer apresentar a ele seu novo embaixador.

O Paraguai foi suspenso do Mercosul após Brasil, Argentina e Uruguai considerarem que a destituição de Lugo, após um rápido julgamento político, causou uma "ruptura" democrática no país.

No dia seguinte ao impeachment, em 22 de junho, o governo brasileiro "convocou para consultas" o então embaixador em Assunção, Eduardo dos Santos -movimento que, na diplomacia, tem forte caráter de reprovação ao país envolvido.

Ele não foi enviado de volta ao Paraguai e, desde então, a embaixada está sob o comando de um encarregado de negócios. Em janeiro, Santos foi oficialmente nomeado secretário-geral do Itamaraty, segundo principal posto da chancelaria brasileira.

O nome de seu sucessor ainda está sendo discutido pelo Itamaraty. A decisão final será da presidente Dilma Rousseff.

Apesar de não ter havido o rompimento de relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai, o Itamaraty reconhece que houve "desaceleração" no desenvolvimento de temas bilaterais sem um embaixador pleno.

Os interesses brasileiros no Paraguai são muitos. Vão desde a usina binacional de Itaipu à segurança dos cerca de 400 mil brasileiros residentes no país.

A presença de um embaixador poderia, por exemplo, ter tornado menos traumática a resolução do impasse criado pela ameaça de Franco de cessar a venda da energia excedente de Itaipu ao Brasil, em agosto último.

DESCONTENTE

Deixar postos sem embaixador é um gesto político que tem sido usado pelo governo brasileiro para demonstrar descontentamento com governos e organizações.

As credenciais do novo embaixador para a Síria, por exemplo, só deverão ser entregues a um governo sem o ditador Bashar Assad.

O país também segue sem embaixador na OEA (Organização dos Estados Americanos) desde 2011, após o órgão pedir a suspensão da construção da usina de Belo Monte.

No Paraguai, a visão do governo brasileiro é que é preciso mais do que a realização de eleições para comprovar que houve um retorno da democracia ao país.


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