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Brics lançam banco para financiar megaobras

Alternativa ao Banco Mundial, novo organismo privilegiará infraestrutura

Ainda na primeira fase, inciativa conta com a resistência da Rússia, que não concordou em anunciar seu aporte

PATRÍCIA CAMPOS MELLO ENVIADA ESPECIAL A DURBAN

Os países dos Brics anunciaram ontem a criação do Banco dos Brics, apresentado como a melhor maneira de suprir a necessidade de US$ 4,5 trilhões (R$ 9 trilhões) em investimentos em infraestrutura nos integrantes do grupo nos próximos cinco anos.

"Se há uma afinidade entre todos os Brics é a consciência da importância para os nossos países do investimento em infraestrutura", disse a presidente Dilma Rousseff durante a cúpula dos Brics.

"É por isso que constituímos o Banco dos Brics, para viabilizar o financiamento a esses investimentos de centenas de bilhões de dólares; um banco talhado para as nossas necessidades."

O banco, visto como uma alternativa ao Banco Mundial, foi anunciado, mas ainda está em estágio inicial.

Os países receberam um relatório de viabilidade e agora vão continuar no processo de criação do banco.

A Rússia é o maior entrave: não cedeu aos pedidos dos outros países de anunciar um capital inicial de US$ 50 bilhões para o banco.

Os países não chegaram a um acordo sobre quanto cada um deve contribuir -se deve ser uma divisão proporcional aos tamanhos das economias ou todos contribuirão com a mesma soma.

Na visão do governo brasileiro, o banco teria atuação diferente de instituições como Banco Mundial, que incluem várias condicionalidades e só financiam "projetos que eles acham necessários, e não os desejados pelos países em desenvolvimento".

Na declaração da cúpula, o grupo ressaltou que a recuperação das economias desenvolvidas ainda é muito lenta, e os emergentes terão de contar apenas com seu próprio potencial de crescimento e financiamento.

"Se há escassez de financiamento vamos criar fontes de financiamento de longo prazo", disse Dilma.

Os líderes também oficializaram a criação do Arranjo de Reservas Contingenciais, uma espécie de cheque especial no valor de US$ 100 bilhões para ser usado em caso de crises financeiras.

O arranjo seria uma alternativa dos Brics ao FMI. Para ele, a China contribuiria com US$ 41 bilhões, Brasil, Índia e Rússia com US$ 18 bilhões cada um, e África do Sul com US$ 5 bilhões -só retirados em caso de necessidade.

CHINA, OMC E G20

Os Brics voltaram a pedir a reforma das instituições internacionais para melhor refletir o novo peso das economias emergentes em órgãos como o FMI, cuja reforma empacou no Congresso dos EUA, e do Conselho de Segurança da ONU -o Brasil almeja um assento permanente.

Dilma citou a necessidade de investimentos em infraestrutura seguidas vezes durante a cúpula. Em encontro bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, ela convidou o governo chinês a investir no setor no Brasil, insistindo na oportunidade do Trem de Alta Velocidade.

Os chineses teriam indicado que apoiarão a candidatura do embaixador Roberto Azevêdo para chefiar a Organização Mundial do Comércio. Em troca, o Brasil apoiaria a candidatura da China para liderar o G20 em 2016.


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