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Reator será reativado pela Coreia do Norte

Decisão tem o objetivo de acelerar o programa atômico do país comunista

EUA dizem que farão 'o que for necessário' para defender Seul; regime retomará a produção para fins militares

MARCELO NINIO DE PEQUIM

A Coreia do Norte afirmou ontem que planeja acelerar a produção de material atômico para ampliar seu arsenal militar, reativando um reator que havia sido fechado em 2007 como parte de um acordo internacional.

É mais um ato na escalada retórica deflagrada pelo regime norte-coreano, que, segundo analistas, tem o propósito de obter apoio doméstico e arrancar concessões de rivais, sobretudo os EUA.

Após dias de intensa guerra de palavras e movimentações militares na região, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que "a crise foi longe demais" e criticou o anúncio norte-coreano.

"Ameaças nucleares não são um jogo", disse Ban, ex-chanceler da Coreia do Sul.

A agência de notícias estatal KCNA anunciou que o regime reativará todas as instalações nucleares, tanto para produção de eletricidade como para fins militares.

De acordo com o Departamento de Energia Atômica, o reator de Yongbyon, ao norte da capital, será reativado "sem demora". Especialistas estimam que o processo pode levar entre três meses e um ano.

O reator, de 5 MW, era a principal fonte de plutônio para bombas nucleares no país até 2007, quando o regime aceitou desativá-lo em troca de um pacote de ajuda econômica oferecido por China, EUA, Coreia do Sul e Rússia.

Com a reativação, Pyongyang passa a ter dois tipos de combustível para bombas -urânio enriquecido e plutônio.

O secretário de Estado americano, John Kerry, respondeu dizendo que fará "o que for necessário para defender os EUA e seus aliados". "Estamos totalmente preparados para fazer isso e a Coreia do Norte sabe."

A crise atual teve início após o terceiro teste nuclear realizado por Pyongyang, em fevereiro, que levou o Conselho de Segurança da ONU a endurecer as sanções ao país.

Em discurso proferido no domingo e só divulgado ontem, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, 30, deixou claro que não pretende abrir mão do poderio nuclear.

"Agora que nos tornamos um orgulhoso Estado nuclear, ganhamos terreno para concentrar todas as nossas finanças e esforços na construção da economia", disse.

Na manhã de hoje, a Coreia do Norte impediu a entrada de 484 trabalhadores sul-coreanos no complexo industrial de Kaesong, o último canal de cooperação entre os dois países, que serve de indicativo das reais intenções belicosas de Pyongyang.

A passagem entre as duas Coreias é aberta normalmente às 8h30 (20h30 de Brasília). Até o fim desta edição, a passagem continuava fechada.


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