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Coreia do Norte faz alerta a embaixadas

Regime comunista sugere que missões saiam da capital ou até do país e diz que o risco de uma guerra é muito alto

Embaixador do Brasil diz que se pautará por decisões de colegas; ONU define medidas de segurança hoje

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Alertando que o país está à beira de uma guerra, o governo da Coreia do Norte pediu ontem aos países que mantêm representação diplomática em sua capital que considerem a possibilidade de desocupar as embaixadas até a próxima semana.

Em reunião com embaixadores estrangeiros baseados em Pyongyang, entre eles o do Brasil, o vice-chanceler norte-coreano descreveu a situação atual como extremamente grave e ressaltou o risco de uma guerra eclodir "a qualquer momento".

Segundo o embaixador do Brasil, Roberto Colin, foi pedido aos diplomatas que decidam até o dia 10 entre três alternativas: ficar em Pyongyang, mudar a embaixada para outra cidade norte-coreana ou deixar o país.

"A ONU tomará uma decisão até amanhã [hoje], se pretende retirar só os familiares ou todos os funcionários", disse Colin à Folha por telefone, de Pyongyang. "Estou monitorando a situação. Vou me pautar muito pela decisão de outros países".

RETÓRICA

Além do Brasil, que abriu sua representação no país em 2009, há outras 23 embaixadas na Coreia do Norte.

Entre elas a do Reino Unido, que considera o comunicado do governo "parte da contínua retórica de que os EUA representam uma ameaça", disse um porta-voz da chancelaria britânica.

O governo norte-coreano disse "que não será capaz de garantir a segurança de embaixadas e organizações internacionais em caso de conflito a partir de 10 de abril", afirmou o porta-voz, destacando, contudo, que "não há plano imediato" para retirar os diplomatas britânicos do país.

A mensagem aos diplomatas ocorre em meio à crescente tensão na península coreana, na esteira das ameaças de Pyongyang de lançar um ataque nuclear contra os EUA e seus aliados e do reforço militar americano na região.

POSICIONAMENTO

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, fontes militares do país disseram que a Coreia do Norte posicionou dois mísseis em lançadores móveis na costa leste do país.

Os projéteis seriam do tipo Musudan, de alcance aproximado de 2.400 km, suficiente para atingir a Coreia do Sul e o Japão, mas não as bases americanas na ilha de Guam, no Pacífico. Em resposta, a Coreia do Sul deslocou dois navios com capacidade para interceptação de mísseis.

Os EUA, que reagiram com o envio à região de dois navios de guerra e um sistema antimísseis, anunciaram esforços diplomáticos para esfriar a crise, incluindo um telefonema com apelos à mediação da China, o principal aliado norte-coreano.

A crise será o principal tema da visita do secretário de Estado John Kerry a Seul e Pequim, na próxima semana.


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