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Brasileiros na região não levam a ameaça a sério

DE PEQUIM

Vivendo na Coreia do Sul desde agosto do ano passado, a estudante cearense Gabriela Santana, 27, tem passado as noites em claro por causa de um teste que nada tem a ver com o programa nuclear da Coreia do Norte.

O que tem tirado seu sono são os preparativos para o teste de proficiência em coreano, o temido Topik, sem o qual não poderá iniciar o mestrado em linguística.

Ela conta que tem sido "bombardeada" por telefonemas e mensagens de parentes e amigos de Fortaleza, preocupados com o risco de guerra entre as Coreias.

A ansiedade, diz ela, contrasta com a tranquilidade do dia a dia na cidade de Daegu, onde mora. "As pessoas se acostumaram a viver nessa situação de conflito. Não há nenhum sinal de pânico."

A calma dos sul-coreanos é a principal razão citada pelos brasileiros que falaram com a Folha para manter sua rotina inalterada e não levar a sério as ameaças de guerra da Coreia do Norte.

Nem o alerta feito anteontem pelo regime norte-coreano, para que os estrangeiros deixem a Coreia do Sul, pareceu mexer com os nervos da grande maioria.

"Entre os estrangeiros, não conheço ninguém que tenha feito planos para deixar o país", disse Ana Paula Matias, 33, que faz mestrado em política social na Universidade de Chuncheon.

Natural de Brasília, morando em Chuncheon desde setembro de 2011, Ana conta que já se habituou com as simulações de guerra que ocorrem a cada dois meses pela Defesa Civil sul-coreana, quando soam sirenes e ruas são interditadas.

"No começo me assustei, mas virou parte da rotina. Já sabemos que ruas vão ser fechadas e nos preparamos para evitá-las", diz ela.

Pelos registros da Embaixada do Brasil em Seul, há 1.500 cidadãos do país vivendo na Coreia do Sul, mas estima-se que o número pode ser duas vezes maior.

Não há empresas brasileiras operando no país. A Vale e o Banco do Brasil têm representação, mas não há brasileiros nos escritórios.

Daniel Fink, assessor para ciência e tecnologia da embaixada, há sete anos na Coreia do Sul, não se abala com o clima de hostilidade entre Seul e Pyongyang.

Segundo ele, a crise não levou o governo a dar instruções especiais. Mas todos estão bem informados sobre o que fazer, como por exemplo se proteger nas estações de metrô, que se transformariam em bunkers em um conflito. (MN)


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