Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

TV de oposição deve ser vendida a empresário próximo ao chavismo

DA ENVIADA A CARACAS

Enquanto o canal privado Venevisión, o mais visto da Venezuela, exibia uma entrevista com o governista Nicolás Maduro, a também privada Globovisión transmitiu por duas horas um programa especial com o opositor Henrique Capriles anteontem.

Quatro apresentadores se revezavam em perguntas a Capriles num clima ameno, enquanto apoiadores (entre moças que mais pareciam groupies que eleitoras) esperavam do lado de fora do estúdio.

Pode ter sido a última vez que uma liderança da oposição tenha recebido tal tratamento na emissora, a única em sinal aberto ferrenha crítica do governo.

A eleição de amanhã na Venezuela deve marcar o fim da existência do Globovisión como uma espécie de porta-voz da oposição.

Pelo acordo feito pelos atuais proprietários, terminada a votação, a emissora deve ser vendida a Juan Domingo Cordero, um dos donos da empresa de seguros La Vitalícia e tido como próximo do governo chavista e do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

Assessor do grupo La Vitalícia, Oscar Schemel, do instituto Hinterlaces, confirma pela primeira vez que a linha editorial do canal sofrerá mudanças: "O canal vai ficar gradualmente mais plural, vai obedecer aos princípios de maior equilíbrio", disse à Folha.

Questionado se os donos de La Vitalícia têm vínculos com o governo, respondeu: "Eles têm boas relações com o governo e têm boas relações com todo mundo. La Vitalícia não tem nenhuma apólice do governo, nem uma prefeitura sequer".

O grupo cresceu a partir de 2008. Segundo fontes do mercado, é improvável que a seguradora tenha obtido licenças para o negócio sem ter boas relações com a cúpula chavista.

A Globovisión é uma das quatro emissoras privadas que apoiaram o frustrado golpe contra Chávez, que completou 11 anos nesta semana. Dessas, a Venevisión, do magnata Gustavo Cisneros, e a Televen passaram a ter uma linha mais favorável ao governo, enquanto a RCTV perdeu a concessão de sinal aberto, em 2007.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página