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Coreia do Norte comemora data nacional
País celebra aniversário de fundador, mas não faz teste com mísseis, como se especulava
Em meio à expectativa de que usaria a data para um teste de mísseis, em uma demonstração de força militar, a Coreia do Norte parou ontem para celebrar o dia mais importante de seu calendário, o aniversário do fundador do país, Kim Il-sung, morto há 18 anos.
Alheio aos apelos de EUA, China e Coreia do Sul para que cesse a escalada belicista das últimas semanas e aceite retomar o diálogo para reduzir as tensões, o país viveu um dia calmo, concentrado nas homenagens ao líder que faria 101 anos se estivesse vivo.
Num comunicado emitido anteontem pela agência de notícias estatal, o regime norte-coreano rejeitou a oferta de diálogo da Coreia do Sul, que classificou de um "truque astucioso".
Ao encerrar sua visita ao Japão, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também defendeu uma solução negociada para a crise.
"Nossa opção é negociar, é nos mover para a mesa e achar um caminho para que a região tenha paz", disse Kerry, que antes do Japão também discutiu o assunto na Coreia do Sul e na China.
Apesar de baixar o tom dos EUA na crise, depois que o país reforçou sua presença militar na região em resposta às ameaças norte-coreanas, Kerry deixou claro em todas as escalas de seu tour asiático que Washington vê como precondição a desnuclearização da península coreana.
Nessas condições, é improvável que o regime aceite voltar à mesa de negociações. Nas últimas semanas, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reiterou que o país não abrirá mão de poder nuclear.
Neto do líder fundador, Kim abriu as comemorações de forma solene, visitando à meia-noite (hora local) o mausoléu da família, onde estão sepultados o avô e o pai, Kim Jong-il.
Não houve repetição das grandiosas paradas militares que marcaram a data em anos anteriores, nem sinal de que o regime norte-coreano iria disparar os mísseis que foram posicionados em sua costa leste, segundo a Coreia do Sul.
Apesar das especulações, o Ministério da Defesa sul-coreano disse que não esperava que a data fosse usada pelo regime norte-coreano para um teste de mísseis, o que se confirmou. (MN)