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Imigrantes temem ação mais dura de policiais de agora em diante

Aumento da presença da polícia nas ruas da cidade de Boston faz os estrangeiros sem documentos se recolherem

Brasileiro que atua na construção civil conta que muitos colegas não foram trabalhar nos últimos dias

JOANA CUNHA ENVIADA ESPECIAL A BOSTON

A situação dos imigrantes ilegais que vivem em Boston piorou desde que explodiram as bombas na maratona.

Com o aumento da abordagem feita pela polícia aos pedestres nas ruas e no transporte público, cresceu o receio entre os sem-documentos de que pudessem acabar sendo encontrados e deportados.

"Muita gente não veio trabalhar nesses últimos dias. Esse comentários com medo começaram na comunidade depois da tragédia na maratona", afirma João Pires, brasileiro que trabalha no setor da construção civil e vive em Boston há 18 anos.

Um imigrante latino, que pede anonimato, afirma que se recolheu e passou a sair muito menos de sua casa logo depois que a presença policial ficou bem mais forte na cidade.

Um jovem armênio, morador da cidade há aproximadamente dois anos e possui visto de estudante, afirma que se sentiu perseguido depois de ter sido parado para revista policial duas vezes semana passada.

O estudante, que pediu para não ter seu nome divulgado, afirma acreditar que sua pele morena "atraiu a atenção dos policiais".

Para analistas, a revelação de que a família dos suspeitos de terem explodido as bombas vem da Tchetchênia pode ter algum impacto negativo nos rumos da política imigratória --assunto que vinha ganhando terreno até mesmo entre os republicanos, que sempre torceram o nariz para qualquer tipo de abertura mínima na área.

"Temos a preocupação de que esse fato possa ser usado pelos conservadores como argumento contrário ao projeto de legalizar milhões de imigrantes no país", diz Marcio Mesquita Cruz, diretor do Brazilian Civic Center, entidade de apoio à população imigrante.

"Só esperamos que o americano entenda que a legalização, em vez de atrapalhar, pode ajudá-los muito a conhecer melhor quem são esses milhões de pessoas de quem eles não sabem absolutamente nada", argumenta.

"São pessoas que se escondem e usam nome falso. Conhecê-los vai elevar a segurança", acrescenta Cruz.

A reforma da imigração nos Estados Unidos vem sendo discutida pelos legisladores nos últimos meses e deve incluir a possibilidade de legalização de cerca de 11 milhões de pessoas que não têm documentos e vivem de maneira irregular no país.


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