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Eleição no Paraguai deve reintegrar país ao Mercosul

Suspenso desde impeachment, país vai às urnas hoje para eleger presidente

Partido Colorado, que governou por 60 anos ininterruptos, tem grande chance de levar vitória no pleito de hoje

ISABEL FLECK ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Dez meses após a destituição do presidente Fernando Lugo num contestado processo de impeachment, os paraguaios vão às urnas hoje para colocar novamente no Palácio de López um presidente eleito pelo voto.

O Paraguai, suspenso pelo Mercosul e a Unasul depois da queda de Lugo, se apoia no pleito para demonstrar que é uma democracia.

Além de marcar a posição do Paraguai de respeito à Constituição, as eleições podem significar o retorno ao poder do conservador Partido Colorado, que governou o Paraguai por 60 anos ininterruptos, entre 1948 e 2008.

O candidato do partido, o empresário Horacio Cartes, lidera a maioria das pesquisas de intenção de voto --algumas com vantagem de até 14 pontos percentuais.

As pesquisas no país, contudo, são pouco confiáveis e tornam o resultado imprevisível. Enquanto numa delas, da Grau & Associados, Cartes aparece com 45,3% dos votos contra 31,2% do liberal Efraín Alegre, na do Gabinete de Estudos de Opinião (GEO), o colorado é ultrapassado pelo opositor, num cenário de 36,7% a 34,8%.

Para analistas, a vitória será de quem conseguir levar mais eleitores às urnas hoje. Isso porque, apesar de a votação ser obrigatória para os mais de 3,5 milhões de eleitores, a taxa de abstenção é sempre muito alta. Nas últimas duas eleições, 35% dos eleitores não foram votar.

Os colorados já demonstraram mais capacidade de mobilização. Nas eleições internas dos partidos, que definiram os candidatos à Presidência, os colorados conseguiram fazer com que 45% de seus eleitores votassem, contra 38% dos liberais.

Para o analista político Alfredo Boccia, pesará contra os liberais também o fato de terem encampado o julgamento político contra Lugo.

Foi o então vice-presidente, o liberal Federico Franco, que apoiou o impeachment e assumiu o poder logo após a destituição do esquerdista (que apoia Aníbal Carrillo, um candidato nanico).

"Os liberais são vistos como golpistas pela esquerda, de quem poderiam receber votos, não fosse a decisão tomada em junho passado para governar por 14 meses", avalia Boccia.

Se eleito, Cartes, 56, assumirá sob a sombra de possíveis ligação com atividades ilícitas. Dono de 26 empresas, seu nome aparece em telegrama da diplomacia americana de 2010, vazado pelo WikiLeaks, supostamente ligado a uma rede de lavagem de dinheiro e narcotráfico.

Nos anos 80, foi detido acusado de obter dólares a um preço preferencial do BC. Sua defesa alega que ele nunca foi processado pelo caso.


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