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Maioria chavista veta oposição em 'CPI'

Comissão investigará mortes em violência pós-eleitoral, pela qual Maduro acusa candidato derrotado Capriles

Na TV, oposicionista dá ultimato para início de auditoria eleitoral e acusa os chavistas de "roubarem" pleito

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria governista, criou uma comissão apenas com deputados chavistas para investigar os episódios de violência pós-eleitoral pelos quais o governo culpa a oposição.

O deputado chavista Pedro Carreño, que integrará a instância, informou que a participação da oposição "não democrática" na comissão seria perda de tempo.

"A oposição, que não é democrática, não pode formar parte de uma comissão democrática", disse Carreño.

Segundo o parlamentar, a comissão passará o apurado ao Ministério Público.

A instância de investigação foi instalada dias depois de o presidente da Casa, o chavista Diosdado Cabello, decidir vetar a palavra a deputados opositores e os destituir da direção de todas as comissões parlamentares.

Trata-se de uma reação à exigência do governador opositor de Miranda e candidato derrotado à Presidência, Henrique Capriles, de que seja auditada a votação que deu ao presidente Nicolás Maduro a vitória em 14 de abril por menos de 2% dos votos.

ULTIMATO DE CAPRILES

O processo de auditoria foi aprovado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) na semana passada, mas ainda não começou. Há dúvidas sobre os procedimentos que serão adotados e se haverá acesso a todas as informações exigidas pela oposição.

Por causa disso, Capriles ontem subiu o tom de novo contra o governo, acusou o chavismo abertamente pela primeira vez de "roubar" as eleições e deu um prazo até hoje para que o CNE comece a revisão da votação.

"A verdade do tamanho do nosso país é que vocês roubaram as eleições", disse.

"Nós exigimos ao CNE. Não vamos esperar mais. Até amanhã [hoje] esperaremos", seguiu ele, em pronunciamento exibido pela TV oposicionista Globovisión interrompido por cadeia nacional obrigatória de TV do governo.

Na transmissão, o governo Maduro acusou Capriles de ser o responsável por ao menos oito mortes de seguidores governistas nos dias que se seguiram à eleição.

A mesma cadeia obrigatória foi exibida anteontem e, logo depois, a ministra para o Sistema Penitenciário, Iris Varela, o acusou de ser o "autor intelectual" das mortes.

"Estou preparando a cela porque [o senhor] vai ter que pagar seus crimes", disse.

A Justiça e o Ministério Público, alinhados ao chavismo, também já responsabilizaram publicamente Capriles pela violência pós-eleitoral.

Opositores, a imprensa antichavista e uma ONG de defesa de direitos humanos questionam a versão dos governistas para os episódios.

A bancada opositora, 68 de 165 deputados, protestou ontem contra a criação da comissão.O deputado da oposição Carlos Berrizbeitia disse ao site venezuelano "Notícias 24" que o governo prepara um "tribunal inquisitório para incriminar" Capriles.

Ontem, Argenis Chávez, irmão do presidente morto em março, renunciou ao cargo de presidente da estatal elétrica Corpoelec. Ele disse querer facilitar "o processo de mudança" um dia depois de Maduro decretar emergência na área e militarização das instalações. Para analistas, a má gestão na estatal é um dos problemas do setor.


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