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Candidato ataca Ahmadinejad por duvidar do Holocausto

Prefeito de Teerã, Mohamed Qalibaf, diz que retórica do presidente iraniano é 'estapafúrdia' e contrária ao interesse dos palestinos

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O prefeito de Teerã e pré-candidato à eleição presidencial iraniana Mohamed Qalibaf disse que a insistência do presidente Mahmoud Ahmadinejad em questionar o Holocausto prejudicou o Irã e não resultou em avanços para os palestinos.

O ataque surge às vésperas do pleito de 14 de junho, no qual Ahmadinejad, impedido de concorrer devido à limitação de dois mandatos consecutivos, tenta emplacar um aliado.

"Por mais de 30 anos fomos os maiores apoiadores dos palestinos e, graças à inteligência dos aiatolás Khomeini [fundador do atual regime islâmico] e Khamenei [atual líder supremo do Irã], ninguém poderia nos acusar de ser antissemitas", disse Qalibaf em entrevista anteontem ao site iraniano Tasnim.

"Eis que, de repente, foi levantada a questão do Holocausto, sem nenhuma consideração sobre as consequências. Que benefício isso trouxe para os palestinos?".

Ele se referia às reiteradas declarações de Ahmadinejad questionando o extermínio de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. "Apoiar os palestinos é parte da nossa política externa. Negar o Holocausto não é parte da nossa política externa", disse o prefeito, que ocupa o cargo de onde Ahmadinejad saiu para vencer a eleição presidencial de 2005.

Evitando citá-lo nominalmente, Qalibaf afirmou que a retórica "estapafúrdia" do presidente "favoreceu a união dos inimigos" e "enfraqueceu nossa posição".

A agressividade das críticas expõe a autoconfiança de Qalibaf, que integra uma aliança de três líderes leais ao líder supremo, dos quais um será escolhido para ser o candidato do regime na eleição.

Qalibaf tem a seu favor a imagem de gestor eficiente e honesto, que lhe rendeu uma alta popularidade entre moradores de Teerã, uma metrópole de 12 milhões de habitantes amplamente tida como bem administrada.

Antes de ser escolhido pelo conselho municipal para administrar a capital após a ida de Ahmadinejad à Presidência, Qalibaf ocupou cargos nas forças de segurança.

Veterano da guerra contra o Iraque (1980-1988), foi comandante da Guarda Revolucionária, que reúne a elite militar do país, e também chefiou a polícia de Teerã.

Qalibaf disputa a candidatura da frente conservadora com um influente assessor do líder supremo e um ex-presidente do Parlamento.

O escolhido para ser o candidato será anunciado no início de maio, quando os presidenciáveis deverão apresentar formalmente suas candidaturas ao órgão eleitoral encarregado de avaliar suas credenciais ideológicas.


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