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Jornais britânicos se opõem a órgão regulador estatal

Títulos como "The Times" e "The Sun" se colocam contra recomendação apoiada pelo governo Cameron

Indústria quer criação de uma entidade com poderes semelhantes de regulação, mas desvinculada do Estado

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Um grupo de jornais britânicos se manifestou ontem contra a criação de um órgão estatal para fazer a regulação da mídia impressa no Reino Unido.

As empresas apresentaram uma contraproposta ao plano, que segundo elas pode colocar em risco a liberdade de expressão no país.

A criação de um órgão oficial foi sugerida pelo governo britânico como consequência do inquérito Leveson, que investigou tabloides --sobretudo o extinto "News of the World"-- acusados de grampear telefones para obter informações de maneira ilegal.

O escândalo engajou políticos e celebridades numa campanha pela regulação da imprensa e levou ao fechamento do tabloide, de propriedade do empresário australiano Rupert Murdoch.

Os grupos britânicos que assinaram nota ontem contrária à criação do órgão incluem diários como "The Times", "Daily Telegraph", "The Sun", "Daily Mail" e "Daily Mirror".

Não assinam --mas não descartam fazê-lo futuramente-- "The Guardian", "Financial Times" e "The Independent".

Segundo os jornais britânicos, a criação de um órgão estatutário nos moldes propostos pelo governo conservador, em acordo com a oposição trabalhista, pode subordinar os veículos à interferência indevida de políticos.

A contraproposta apresentada ontem pelas empresas prevê a criação de uma entidade reguladora com poderes semelhantes, porém desvinculada do Estado e com mais voz para o setor.

Ficariam mantidos os poderes de investigar supostos abusos, convocar editores para dar explicações públicas e aplicar multas de até 1 milhão de libras (R$ 3 milhões).

A reação da mídia foi criticada pela ONG Hacked Off, que liderou a campanha pela investigação dos tabloides. "Eles não querem se desculpar dos abusos apontados no inquérito e não aceitam a necessidade de mudanças reais", disse o grupo, em nota divulgada.

A principal crítica feita ao modelo atual é de que é apenas baseado na autorregulação e que isso não é suficiente para coibir abusos da imprensa.

Atualmente, quem tem a função de fiscalizar a mídia é um órgão chamado de Press Complaints Commission (Comissão de Reclamações da Imprensa)

O editor do conservador "Daily Telegraph" Tony Gallagher, afirmou no Twitter que seu veículo não esteve envolvido no escândalo e que os jornais querem um modelo de regulação "duro, mas não estatal".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron prometeu analisar a contraproposta da mídia, e outros políticos do Partido Conservador, como o prefeito londrino Boris Johnson, saíram em defesa dos jornais.


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