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Premiê da Itália pede foco em crescimento

Em primeiro discurso após assumir o cargo, Enrico Letta diz que, apenas com austeridade fiscal, país "morrerá"

Político se reunirá hoje em Berlim com Angela Merkel, que defende a política de austeridade fiscal na zona do euro

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em seu primeiro discurso como primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, 46, afirmou ontem que o país precisa buscar urgentemente uma agenda de crescimento econômico e se distanciar da austeridade fiscal.

"Nós morreremos só com consolidação fiscal; as políticas de crescimento não podem mais esperar", disse. O premiê determinou um prazo de 18 meses para conseguir resultados da recuperação econômica italiana.

Embora tenha defendido um crescimento maior, Letta prometeu cumprir os compromissos de austeridade exigidos pelos órgãos europeus.

Letta falou perante a Câmara dos Deputados italiana, antes da votação em plenário de sua ratificação como chefe de governo. O premiê assumiu o governo após conseguir formar uma coalizão entre seu grupo de centro-esquerda e a centro-direita, liderada por Silvio Berlusconi.

Hoje, o político deve levar o discurso favorável ao crescimento a Berlim, onde se encontrará com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, uma das maiores defensoras da austeridade na região.

A Itália detém o terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) do bloco de 17 países que adotam o euro, enquanto a Alemanha é a maior força econômica do grupo. O FMI estima retração de 1,5% do PIB para este ano no país, que registrou desemprego de 11,6% em fevereiro.

Entre os dois está a França, país que em 2012 elegeu o presidente socialista François Hollande, também a favor de políticas de crescimento.

Em seu pronunciamento, Letta reforçou a urgência de o país fugir da recessão econômica: "Não há mais tempo. Muitas famílias e cidadãos estão submetidos ao desespero e essa vulnerabilidade pode se transformar em raiva e conflito", afirmou, fazendo referência ao tiroteio em frente ao Palácio do Governo, em Roma, no domingo, que deixou dois policiais e uma mulher feridos.

As declarações de Letta reforçaram a perspectiva otimista de mercados financeiros, animados pela composição de um novo governo no país. A Bolsa de Milão encerrou o dia em alta, e o governo conseguiu captar € 6 bilhões em títulos de dívida pública pagando os menores juros desde outubro de 2010.

Dentre outras medidas políticas anunciadas por Letta está o fim de uma cobrança de tributo sobre moradias, exigência de Berlusconi para apoiá-lo no governo.

Para o premiê italiano, a Europa sofre uma crise de legitimidade nos mercados; ele pediu maior integração da União Europeia. "Faz falta ter mais Europa, porque o destino de todo o continente está unido". Letta terá reuniões em Bruxelas, sede dos órgãos executivos do bloco, amanhã.

SUICÍDIOS

Ontem, o diretor do Observatório Nacional para a Saúde da Itália, Walter Ricciardi, afirmou que aumentaram entre 20% e 30% os casos de suicídio por motivos econômicos nos últimos anos no país.

Um relatório apresentado por Ricciardi mostra que, no período de 2008 a 2009, foram registrados 7,23 casos de suicídio para cada 100 mil habitantes com mais de 15 anos.

"[Um dado que] pode ser um sinal do crescente descontentamento social, além da patologia psiquiátrica", conclui o estudo.


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