Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

França terá prazo maior para meta fiscal

Com sinais de recessão prolongada, União Europeia estende em dois anos prazo para deficit público de 3% do PIB

Outros países do bloco, como Espanha, Holanda e Eslovênia, também devem ganhar mais tempo para fazer cortes

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Diante de novos sinais de que a recessão será mais longa que o esperado, a União Europeia ampliou ontem em dois anos o prazo para que a França enquadre seu deficit público ao teto de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).

Outros países em dificuldades, como Espanha, Holanda e Eslovênia, também devem ganhar mais tempo para fazer os cortes de gastos exigidos pelo bloco.

As mudanças indicam que a UE começa a flexibilizar a imposição de políticas de austeridade às regiões mais afetadas pela crise.

O comissário europeu para assuntos monetários, Olli Rehn, defendeu o aumento dos prazos e disse que a França não conseguiria cumprir o cronograma original de cortes. "A França precisa muito desbloquear o seu potencial de crescimento e criar empregos", afirmou, em Bruxelas.

O dirigente também manifestou preocupação com o aumento do desemprego divulgado nesta semana. A parcela de desocupados no bloco atingiu o recorde de 12,1%.

"Tendo em vista a recessão prolongada e o desemprego elevado em muitas partes da Europa, nós devemos fazer o que for preciso para superar a crise do desemprego", afirmou Olli Rehn.

O aumento dos prazos para a redução do deficit representa uma vitória dos críticos que acusam a UE de exagerar na imposição de políticas de austeridade aos países mais atingidos pela crise.

O discurso tem sido aprovado pelo eleitorado europeu e ajudou a eleger o presidente francês François Hollande. Um ano depois, ele enfrenta um nível recorde de reprovação por não conseguir reativar a economia de seu país.

Ontem, o ministro da Fazenda francês, Pierre Moscovici, disse estar satisfeito com o que chamou de nova doutrina da Comissão Europeia.

"O governo francês reafirma que o esforço de redução do deficit não pode sacrificar o crescimento", disse.

A chanceler alemã Angela Merkel tem sido a principal defensora das políticas de austeridade. Ontem, seu porta-voz Steffen Seibert foi cauteloso ao comentar a ampliação dos prazos para os países endividados e disse que os casos devem ser "avaliados de forma individual" pela UE.

PREVISÕES

A Comissão Europeia reviu ontem para pior suas previsões para a economia da zona do euro. O órgão agora crê que a região deve encolher 0,4% este ano e crescer 1,2% no ano que vem. Em fevereiro, a expectativa era de queda de 0,3% em 2013 e expansão de 1,4% em 2014.

Nesta semana, o Banco Central Europeu reduziu sua taxa básica de juros para 0,5%, menor nível histórico.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página