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Morteiros sírios atingem área israelense

Projéteis caíram nas colinas de Golã um dia depois do bombardeio de Israel contra o território do país vizinho

Incidente se dá em meio à crescente tensão entre os dois países; ONU nega uso de armas químicas por rebeldes

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Dois morteiros sírios atingiram ontem as colinas de Golã, na região de fronteira no território israelense.

Os projéteis caíram um dia após um bombardeio israelense próximo a Damasco.

Anteontem, o regime do ditador Bashar Assad, que enfrenta uma guerra civil, havia prometido retaliar o que chamou de uma "declaração de guerra" israelense.

Não está claro se os artefatos foram disparados de forma proposital pela Síria ou se caíram por engano do lado Israel --incidentes assim têm ocorrido no conflito entre as forças de Assad e os rebeldes.

Segundo a Reuters, um porta-voz do Exército de Israel afirmou que o país acredita que os artefatos "foram lançados equivocadamente como resultado das tensões do conflito interno". No entanto, Israel encaminhou reclamação formal à ONU.

Israel ocupa desde 1967 as colinas de Golã, que pertenciam à Síria.

O aumento da tensão entre os dois países ocorre em meio às denúncias de que governo e rebeldes sírios teriam utilizado armas químicas no conflito, que já dura mais de dois anos e deixou 70 mil mortos.

A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria, ligada à ONU, divulgou ontem nota esclarecendo não ter chegado a uma conclusão a respeito do uso destas armas no país.

A informação foi recebida como desmentido do que havia sido dito anteriormente, quando um membro desse órgão afirmou à TV suíça RSI que "de acordo com testemunhos reunidos, os rebeldes usaram armas químicas".

Na ocasião, Carla del Ponte, ex-procuradora de crimes de guerra e integrante da comissão, havia dito que as provas não eram irrefutáveis, mas existiam "suspeitas concretas de que gás sarin foi usado [...] não pelas autoridades governamentais".

O Exército Livre da Síria, ligado à insurgência, afirma não ter usado tal arsenal e classificou o anúncio de Del Ponte como uma "grande injustiça" e "provocação".

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, afirmou repetidas vezes que usar armas químicas significaria cruzar uma "linha vermelha".

Mas a administração americana diz que, apesar de ter informação de inteligência indicando que a Síria usou gás sarin em ao menos duas ocasiões, será necessário ter provas mais definitivas antes de decidir o curso de ação --incluindo resposta militar.

A Casa Branca, ontem, afirmou que é pouco provável que a oposição esteja por trás do uso de armas químicas.

Essa comissão da ONU, criada há dois anos e coordenada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ainda não teve acesso à Síria para averiguar as supostas violações aos direitos humanos. Um relatório será encaminhado em 3 de junho, conforme estipulado por uma resolução anterior.


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