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Morre pioneiro de efeitos visuais no cinema

Ray Harryhausen inspirou geração de cineastas com suas produções stop-motion em época pré-computação

O artista, que recebeu Oscar honorário em 1992, era meticuloso e conhecido por suas criaturas míticas

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

Ray Harryhausen, pioneiro dos efeitos especiais, morreu ontem, em Londres, aos 92 anos. O anúncio oficial foi feito pela família do artista norte-americano. Não foi informada a causa da morte.

Apesar de ter ganhado um Oscar honorário em 1992, Harryhausen nunca foi uma estrela popular. Contudo, entre quem fazia cinema, o técnico era uma lenda.

Por mais de 30 anos, ele desenvolveu para os cinemas o uso de stop-motion, uma técnica artesanal que consiste em mover bonecos ou modelos quadro a quadro.

Seus filmes inspiraram toda uma geração de cineastas. Peter Jackson coleciona filmes de Harryhausen.

"O Senhor dos Anéis' é meu filme Harryhausen'", disse o cineasta.

Tim Burton fez referências ao artista em clipes como "Bones" (esqueletos animados eram característicos de seu trabalho), da banda The Killers, e no filme "A Noiva Cadáver", todo feito em stop-motion.

"Sem Ray Harryhausen, não haveria Star Wars'", declarou George Lucas. "Ray foi uma inspiração para todos na indústria de efeitos visuais. A arte de seus filmes mais antigos, aos quais crescemos assistindo, nos inspirou muito."

O auge de Harryhausen foi nos anos 1960, mas suas obras perduraram até o final dos anos 1980.

Sua marca registrada --criaturas míticas e dinossauros, entre outros-- aparece em filmes clássicos como "Jasão e o Velo de Ouro" (1963) e "Simbad e a Princesa" (1958)".

A geração mais recente teve um aperitivo de sua genialidade quando o remake de "Fúria de Titãs", de 1981, virou sucesso, há três anos.

Os efeitos de Harryhausen, na época com quase 90 anos, não foram usados, trocados pelo moderno CGI (imagens geradas por computador), mas o longa trouxe novos fãs, e a produção original chegou a ser relançada em Blu-ray.

"O que fazemos digitalmente agora, Ray fazia há anos, sem usar computadores, apenas com seus dedos", resumiu o diretor Terry Gilliam, ex-Monty Phyton.

Ray Harryhausen era tão meticuloso em suas animações que cada projeto levava cerca de dois anos para ser finalizado.

Durante a cerimônia de entrega do Oscar honorário, em 1992, o ator Tom Hanks disse que seu filme favorito não era "Cidadão Kane" ou "Casablanca", e sim "Jasão e o Velo de Ouro".

Harryhausen deixa a mulher, Diana, e uma filha.


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