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Justiça ouvirá ex-secretária sobre caso de lavagem

DE BUENOS AIRES

A ex-secretária do ex-presidente argentino Néstor Kirchner (1950-2010), Miriam Quiroga, será chamada a depor pela Justiça, após ter declarado conhecer um suposto esquema de lavagem de dinheiro que operava a partir da Casa Rosada, sede do governo da Argentina.

Ontem, o promotor Gerardo Pollicita pediu ao juiz Julián Ercolini que Quiroga seja incluída como testemunha no caso que investiga a atuação do empresário Lázaro Báez, principal suspeito de lavar o dinheiro ilícito da família Kirchner.

"As notas chegavam em bolsas", disse Quiroga ao se referir ao dinheiro obtido por meio de obras superfaturadas, numa operação que envolveria funcionários do governo e empresários aliados ao kirchnerismo.

As denúncias foram feitas pelo programa do jornalista Jorge Lanata, transmitido nos domingos à noite pelo canal aberto 13, do grupo Clarín, cuja posição crítica ao governo o tornou um dos maiores inimigos de Cristina.

"Resolvi falar porque em algum momento essas coisas tinham de vir à tona", disse Quiroga, que foi demitida por Cristina em 2010, após a morte de Kirchner, em meio a boatos de que havia mantido uma relação amorosa com o ex-presidente.

Segundo o programa de Lanata, as notas eram levadas da Casa Rosada à província de Santa Cruz, reduto dos Kirchner, de onde saíam em aviões do empresário com destino à Suíça. A informação sobre o trajeto do dinheiro foi levada a Lanata por Leonardo Fariña, um ex-testa de ferro de Báez.

As denúncias, que vêm sendo ampliadas a cada domingo, envolvem, ainda, o ministro do Planejamento, Investimento Público e Serviços, Julio De Vido.

Ele é acusado de beneficiar empresas de Báez na construção de obras públicas e de pressionar empresários a vender seus negócios a Báez, hoje um dos homens mais ricos da Argentina.

A deputada oposicionista Elisa Carrió pediu que as novas denúncias sejam adicionadas à causa já aberta por pressão dela em 2008 para investigar o enriquecimento ilícito dos Kirchner.

O patrimônio familiar do clã governante do país cresceu 800% desde 2003, ano em que Néstor assumiu. As tentativas de julgar o casal por isso, porém, ainda não tiveram desfecho.

Cristina se pronunciou indiretamente sobre o caso. Ela afirmou que, em período eleitoral, é comum os meios de comunicação explorarem denúncias de corrupção. Em seu programa, Lanata tem pedido: "Se estamos publicando dados falsos, presidente, por favor nos desminta." (SC)


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