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Acusada de perseguir oposição, Receita dos EUA será investigada

Órgão é suspeito de discriminar conservadores ligados ao Tea Party ao fazer análise mais rígida de seus dados

O secretário de Justiça, Eric Holder, afirmou que a sindicância vai apurar se funcionários violaram leis federais

MICHAEL D. SHEAR SCOTT SHANE DO “NEW YORK TIMES”, EM WASHINGTON

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, anunciou ontem que ordenou uma investigação para determinar se funcionários do IRS (a Receita americana) violaram leis federais ao selecionar grupos ligados ao movimento conservador Tea Party para um pente-fino.

As atividades dos funcionários do IRS já eram objeto de uma sindicância da inspetoria geral da instituição.

Segundo a rede de TV CNN, esse relatório já foi concluído e confirma a ação deliberada do IRS contra as entidades conservadoras.

A Receita também teria atrasado propositalmente a análise dos pedidos de registro dessas instituições como entidade isenta de impostos, solicitando informações desnecessárias para o processo.

Holder pediu uma análise mais minuciosa do que aconteceu dentro do órgão. Em entrevista coletiva, ele disse que há "diversos estatutos integrados ao código do IRS" que poderiam servir de base para tipificar um crime.

O presidente Barack Obama declarou que as denúncias serão investigadas e que não irá tolerar comportamentos dessa ordem. Ele anunciou que o secretário do Tesouro, Jack Lew, tomará medidas contra os responsáveis por essas ações.

CASO AP

Holder também respondeu a perguntas sobre a apreensão de registros telefônicos de repórteres e editores da agência de notícias Associated Press, que aparentemente aconteceu como parte de uma investigação após um vazamento de informação dentro da Casa Branca.

O secretário disse que se afastou da investigação, no ano passado, e por isso não esteve envolvido na decisão de buscar intimações abrangentes para os registros de ligações feitas ao longo de dois meses (abril e maio de 2012) em 20 números usados pela AP e seus jornalistas.

A investigação foi transferida para o secretário-assistente, James Cole, "para garantir que ela fosse vista como independente", disse Holder. Agentes do FBI colheram seu depoimento sobre os vazamentos em junho de 2012.

Um mês antes, a AP havia publicado uma reportagem sobre uma tentativa frustrada de ataque terrorista da Al Qaeda no Iêmen.

Segundo Holder, a divulgação de detalhes da operação da CIA que impediu o atentado foi um dos "três mais sérios vazamentos desde os anos 70". "Cidadãos americanos foram colocados em risco", afirmou Holder, sem acrescentar detalhes.

Congressistas e defensores da liberdade de imprensa expressaram preocupação e encaram o caso como uma incursão perigosa contra a capacidade da mídia de operar sem escrutínio do governo.

A Casa Branca contornou as duas controvérsias. O secretário de Imprensa, Jay Carney, disse que não comentaria as ações do Departamento da Justiça.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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