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Governo argentino descarta intervenção no Clarín

Ministro do Interior, Florencio Randazzo, nega que Cristina Kirchner tenha intenção de intervir na empresa

Em assembleia, 400 funcionários lançaram manifesto de "estado de alerta" contra cerco do governo ao jornal

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Apesar de o governo não ter se pronunciado oficialmente, alguns membros da cúpula kirchnerista se manifestaram sobre os boatos que se fizeram mais fortes nos últimos dias de intervenção no grupo Clarín, o principal conglomerado de comunicação da Argentina.

"Surgiram essas opiniões, são uma bobagem. O governo não pensa nisso", disse o deputado Carlos Kunkel, um dos mais importantes da bancada kirchnerista.

O ministro do Interior, Florencio Randazzo, também negou a intenção de que seja usada uma lei que permite que sócios minoritários intervenham na estrutura das empresas sem precisarem de ordem judicial --o governo possui 9% das ações do Clarín, obtidas por meio da nacionalização dos fundos de pensão.

"As versões sobre uma intervenção ao Clarín são uma invenção, uma palhaçada", disse Randazzo.

Do lado do Clarín, porém, a ameaça é levada a sério. "Algo está sendo armado e esperamos para qualquer momento", disse à Folha o diretor de Redação do jornal, Ricardo Kirschbaum. "Pelas ações que tomaram nos últimos meses, pode-se concluir que o próximo passo é uma intervenção de algum tipo."

Há algumas semanas, o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, compareceu a uma reunião de acionistas do grupo para dizer que a empresa "não estava dando lucro".

Reunidos em assembleia, cerca de 400 funcionários do grupo lançaram na noite de anteontem um manifesto dizendo estarem em "estado de alerta". No texto, dizem que vão "repudiar qualquer possível avanço nesse sentido". Ao redor do Clarín, há barreiras parecidas às usadas em estádios de futebol.

BUENOS AIRES

Enquanto isso, líderes da oposição têm reforçado a defesa do maior conglomerado de mídia do país. O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, pré-candidato à Presidência em 2015, enviou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa da cidade --que como capital federal tem status de província-- para que a Justiça intervenha em casos de ataque à liberdade de imprensa. "Está claro que o governo nacional está numa campanha para que não exista mais imprensa livre na Argentina. Em Buenos Aires, isso não vai acontecer."

Os deputados Francisco de Narváez, dissidente do partido governista, e Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, se manifestaram em apoio à proposta de Macri.


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