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Manifestação de grevistas na Bolívia acaba em conflito
Paralisação dura 11 dias; Evo vê intenção política
Manifestantes ligados à Central Operária Boliviana, maior organização sindical da Bolívia, entraram em conflito com policiais ontem,no centro da capital, La Paz, no 11º dia de uma greve que opõe os sindicatos à administração do presidente Evo Morales.
Após o fracasso de uma nova tentativa de acordo entre o governo e líderes sindicais, mineiros, professores e operários em greve fecharam ruas da capital. O conflito ocorreu na praça de Armas, no centro de La Paz, e os manifestantes foram dispersados com gás lacrimogêneo.
A COB reivindica que o Estado pague aposentadoria com salário integral aos mineiros e que, para outras categorias, ela seja de 80% do salário. O governo afirma que o sistema de aposentadorias e pensões do país não pode fazer frente a essa despesa.
"Gostaríamos de ter obtido acordo por escrito, mas não foi possível. Tudo que pedimos é que o país volte ao normal", declarou o ministro do Trabalho, Daniel Santalla.
"A COB ofereceu alternativas, mas o governo alegou, mais uma vez, que elas não são sustentáveis", respondeu Simer Huacota, um dos secretários da central sindical.
Os sindicatos também têm demonstrado irritação com declarações de governistas que atribuem à greve a intenção de desestabilizar politicamente o país. O próprio Evo Morales classificou ontem o protesto de "ação política" e conclamou os bolivianos a "defender a democracia".