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Cruz Vermelha reabre museu e faz mea-culpa por Holocausto

PAULO WERNECK ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA

Começa hoje e vai até domingo a reinauguração do Museu da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, como a organização humanitária fundada em 1863 é conhecida no mundo islâmico.

O projeto, que renova inteiramente o antigo museu, dos anos 1980, foi concebido por três arquitetos: o gaúcho Gringo Cardia, o japonês Shigeru Ban e Diébédo Francis Kéré, de Burkina Fasso.

Um escritório suíço cuidou da harmonização entre os espaços, que seguem a tendência cenográfica de museus como o da Língua Portuguesa (SP) ou o Memorial Minas Vale (MG), projetado por Cardia.

Sob o título "A Aventura Humanitária", cada arquiteto foi encarregado de um tema --"Defendendo a dignidade humana" (Cardia), "Restaurando os vínculos familiares" (Kéré) e "Reduzindo os riscos naturais" (Ban).

Em vez de um museu tradicional, com acervo histórico, longos textos e documentos, a opção foi por falar diretamente à sensibilidade do espectador, com recursos como luz, imagens, objetos etc.

O ponto de vista é sempre o da população atingida, sem bandeiras como democracia, Estado laico ou combate à corrupção, para evitar restrições a ações da organização.

Cardia disse à Folha ter precisado de dois anos para compreender a mensagem da Cruz Vermelha: esquecer questões políticas e pôr ênfase na solidariedade e no sofrimento das vítimas.

"É o que permite à Cruz Vermelha estar em todos os países, mesmo sob ditaduras e guerras civis como a síria."

Doze testemunhas de dramas recentes, de uma criança-soldado no Sudão a um ex-prisioneiro da base dos EUA em Guantánamo, passando por médicos e outros voluntários, foram convidados a ver o museu em primeira mão.

A Cruz Vermelha faz um mea-culpa num dos raros textos longos da exposição, no qual pede perdão por não ter atuado com firmeza no Holocausto, que matou milhões na Segunda Guerra (1939-45). A exposição ficará em cartaz em caráter permanente.


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