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Governo Obama sabia de ação do Fisco

Depoimento do inspetor-geral do Tesouro sobre auditorias contra conservadores dá munição a republicanos

Funcionário disse que há um ano avisou seus superiores de que havia operação contra grupos políticos de oposição

JONATHAN WEISMAN DO “NEW YORK TIMES”, EM WASHINGTON

Há quase um ano o governo Obama foi informado da investigação do IRS (a Receita americana) sobre grupos conservadores de oposição, mas nada fez para suspender o processo. Tampouco divulgou a informação.

A revelação foi feita ontem pelo inspetor-geral do Departamento do Tesouro (equivalente ao Ministério da Fazenda), J. Russell George.

Na primeira audiência do Congresso sobre o escândalo, ele declarou aos integrantes do Comitê de Alocações Orçamentárias da Câmara dos Deputados que havia informado, em 4 de junho de 2012, o conselho jurídico do Tesouro sobre sua investigação. O secretário assistente do Tesouro, Neal Wolin, foi comunicado "um pouco mais tarde".

O depoimento representa mais uma má notícia para Obama, que vem sofrendo ataques políticos pelo excessivo rigor da Receita com adversários.

O presidente já recriminou a prática, mas deverá continuar sob pressão.

A fala de George, afinal, provavelmente alimentará a ação dos republicanos do Congresso para mostrar que integrantes do governo sabiam dos esforços para mirar em grupos conservadores que estavam solicitando isenção de impostos.

O deputado Dave Camp, republicano do Michigan e presidente do comitê, disse na abertura da audiência que "esse parece ser apenas o mais recente exemplo da cultura de acobertamentos e intimidação política deste governo". "Parece que a verdade foi ocultada ao povo norte-americano apenas pelo tempo necessário para que o governo sobrevivesse à eleição", afirmou.

A audiência rapidamente se transformou em duelo partidário, com os republicanos da Câmara pressionando para expandir o inquérito a outros delitos tributários mais próximos da Casa Branca, enquanto os democratas tentavam manter um foco mais estreito e atribuir o problema a um diretor do IRS nomeado pelo presidente George W. Bush.

Steven Miller, o diretor do IRS que anunciou sua renúncia durante a semana, definiu as ações de sua agência como "irritantes", mas declarou ao comitê que a motivação delas não era partidária.

Em um diálogo brusco, ele afirmou não ter iludido o Congresso, ainda que não tivesse divulgado as investigações por uma unidade do IRS em Cincinnati (Ohio), que avaliou 70 mil pedidos de isenção tributária.

Ele definiu a fiscalização mais rigorosa a grupos cujos nomes incluíssem os termos "Tea Party" ou "patriota" como "um erro tolo", cometido "por pessoas que estavam tentando ganhar eficiência na distribuição de sua carga de trabalho".

As audiências continuarão na semana que vem.

AP

Além do caso da Receita, Obama vem tendo de dar explicações sobre o monitoramento de telefones da agência de notícias "Associated Press" realizado pelo Departamento de Justiça.

O Departamento buscava a fonte de uma reportagem que relatava a descoberta do plano de uma célula da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen para atacar um avião que se dirigisse aos EUA.


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