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Análise

Imprensa apela à tecnologia para proteger as suas fontes

Presidente Barack Obama prometeu retomar um projeto de lei de proteção às fontes

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Prossegue a revolta institucional contra o grampo da Associated Press pelo governo americano.

Fora reportagens e editoriais, 50 organizações jornalísticas, do "New York Times" às gigantes News Corp. e Time Warner, enviaram carta ao secretário de Justiça, questionando até sua "integridade".

Paralelamente, desde a divulgação da notícia pela própria AP, encontram-se mensagens em mídia social como esta, tuitada por um ativista do WikiLeaks:

"Primeiro eles vieram pelo WikiLeaks, e a AP não protestou porque não estava na lista de alvos do Departamento de Justiça..."

É uma paráfrase do célebre alerta do pastor Martin Niemöller sobre a ascensão do nazismo. Mas, descobriu-se depois, a mensagem não era só tirada retórica.

A carta das organizações jornalísticas cobrou e o presidente Barack Obama prometeu retomar um projeto de lei de proteção às fontes jornalísticas.

O projeto, apresentado há quatro anos, perdeu força no Congresso, junto a democratas e republicanos, exatamente por causa dos megavazamentos feitos por meio do WikiLeaks.

Quando começou o cerco do governo ao WikiLeaks e à sua principal fonte, o soldado Bradley Manning, nem AP nem outras organizações protestaram.

E o cerco não se restringe a Manning. Mais cinco funcionários, informantes ou "whistle-blowers", como são chamados, estão sendo processados pelo governo Obama -o maior número na história do país.

Outros são acuados, como foi o jovem prodígio Aaron Swartz, que se matou em janeiro depois de virar alvo do Departamento de Justiça por disponibilizar documentos acadêmicos ao público.

Diante da perseguição generalizada, nem todas as organizações estão dispostas a cobrar e esperar por uma ação de Obama ou do Congresso.

Não por coincidência, dois dias depois da notícia da AP, a revista "New Yorker" anunciou a estreia do Strongbox, sua ferramenta para receber vazamentos anônimos.

A começar do uso de Tor, a rede que busca garantir anonimato on-line, o Strongbox remete diretamente ao método WikiLeaks de preservação das fontes.

Os avanços e singularidades do Strongbox, por outro lado, vêm de ninguém menos que Aaron Swartz. Foi ele que desenvolveu a ferramenta, por dois anos, terminando semanas antes de sua morte.


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