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Presidente do Irã critica veto a candidato

Chefe de gabinete de Mahmoud Ahmadinejad não poderá disputar eleição iraniana, marcada para 14 de junho

Temendo protestos contra impugnação de outro concorrente, batalhões de choque tomaram ruas de Teerã

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou ontem a decisão de um órgão constitucional de barrar seu chefe de gabinete da disputa pela Presidência e prometeu reclamar junto ao líder supremo, detentor da palavra final.

O protesto de Ahmadinejad em favor de Esfandiar Rahim Mashaee se opõe à estratégia de outro candidato de peso também impedido de correr, o ex-presidente Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, que sinaliza ter acatado sua exclusão do pleito de 14 de junho.

"Apresentei [Mashaee] com base nas sua qualificações, mas ele foi oprimido", disse Ahmadinejad, que não pode concorrer devido à limitação de dois mandatos seguidos.

O presidente evitou atacar diretamente o Conselho de Guardiães da Revolução, formado por seis juristas e seis teólogos encarregados de filtras candidaturas aos cargos eleitos em função de critérios religiosos e ideológicos.

Ele preferiu dirigir a cobrança ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

"Peço paciência àqueles que nos apoiam, porque acredito que tudo se resolverá quando eu levar o caso ao líder", disse Ahmadinejad.

"Espero que o problema seja resolvido", afirmou o presidente, que vinha ameaçando revelar segredos comprometedores para o regime caso seu aliado fosse barrado da disputa.

Mas as chances de o veto a Mashaee ser revertido ou de o presidente ser recebido pelo líder são mínimas, já que a lista de aprovados evidencia a intenção de banir candidatos não alinhados ao regime.

Apenas oito entre 686 candidatos registrados foram autorizados a seguir na disputa. Seis deles são conservadores leais ao líder supremo, cuja influência sobre os guardiães é dada como certa.

Embora sejam também conservadores, Ahmadinejad e Mashaee caíram em desgraça por desafiarem a autoridade de Khamenei e promoverem uma agenda mais nacionalista do que islâmica.

A exclusão de Mashaee já era esperada, ao contrário do veto ao ex-presidente Rafsanjani (1989-1997), que chocou muitos iranianos.

Rafsanjani era tido como um dos favoritos na disputa por receber o apoio do eleitorado liberal e do setor empresarial. Sua exclusão é amplamente vista como represália do regime por seu alinhamento com os protestos contra a reeleição supostamente fraudulenta de Ahmadinejad, em 2009.

A filha do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da república islâmica, disse ontem que o veto a Rafsanjani representa uma intransigência capaz de minar o regime.

Temendo protestos, autoridades espalharam batalhões de choque pelas ruas de Teerã e derrubaram a velocidade da internet para dificultar o acesso às redes sociais.


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