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Atentados contra xiitas matam 66 na capital iraquiana
Ataques coordenados têm sido estratégia comum de radicais sunitas desde início da nova onda de violência
Sunitas acusam premiê, Nuri al-Maliki, pertencente à maioria xiita, de mantê-los marginalizados
Ao menos 66 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas ontem em Bagdá, após uma série de explosões coordenadas de carros-bomba. Os alvos foram lugares predominantemente xiitas.
Mais de uma dúzia de explosões ocorreram em mercados e áreas comerciais em bairros da capital iraquiana, incluindo explosões seguidas a centenas de metros de distância, que mataram pelo menos 13 pessoas na região de Sadr, na capital, disseram autoridades policiais e hospitalares à Reuters.
No bairro de Sabi al Boor, mais oito pessoas morreram e 26 ficaram feridos após explosão de carro-bomba.
Um outro mercado foi atingido na rua Sadoun, uma dos principais centros comerciais de Bagdá, deixando cinco mortos e 14 feridos, dentre eles quatro policiais que estavam em um posto de controle.
VIOLÊNCIA
Nenhum grupo assumiu imediatamente a autoria dos ataques, mas atentados do gênero perpetrados por sunitas radicais e pelo braço da Al Qaeda no Iraque, usando explosões coordenadas, têm se tornado mais frequentes.
Milhares de sunitas têm protestado desde dezembro contra o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, da maioria xiita, acusado por eles de marginalizar os sunitas, que detinham o poder político antes da deposição de Saddam Hussein, em 2003.
A intensificação da violência sectária desperta receios de um retorno à violência vivida pelo país entre 2006 e 2007, o pior desde o fim da guerra.
Segundo a ONU, o mês passado foi o mais violento no Iraque desde junho de 2008, com mais de 700 mortos. Este também é o período mais conturbado desde a saída das tropas americanas do país, retirada em dezembro de 2011.
Em maio, até o momento, mais de 300 pessoas morreram em consequência dos conflitos sectários.