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Rede de lavagem de US$ 6 bi é desfeita

Procuradoria de NY indicia sete pessoas ligadas a sistema de câmbio online que permitia transferências criminosas

Com milhões de clientes, esquema é considerado um dos maiores já descobertos no mundo para esse tipo de crime

DO "NEW YORK TIMES"

Procuradores federais de Nova York indiciaram ontem sete pessoas acusadas de comandar uma rede de lavagem de dinheiro de mais de US$ 6 bilhões nos últimos sete anos, no que é considerado um dos maiores esquemas desse tipo de crime na história.

O indiciamento acusa dirigentes e funcionários da empresa Liberty Reserve, um sistema de câmbio online com base na Costa Rica.

Os procuradores dizem que a empresa, que tinha milhões de clientes, "facilitava a conduta criminal em todo o mundo". Para desmantelar o esquema, foi necessária a cooperação de agências policiais de 178 países.

Cinco dos indiciados foram detidos na última sexta-feira na Espanha, Costa Rica e nos Estados Unidos. Um dos presos é Arthur Budovsky, criador do Liberty Reserve, que renunciou à sua cidadania norte-americana em 2011. Cinco domínios na internet foram confiscados, entre os quais o usado pelo Liberty Reserve, e as autoridades fecharam ou restringiram as atividades de 45 contas bancárias.

As acusações detalham um complicado sistema criado para permitir que pessoas transferissem pequenas e grandes quantias por todo o mundo, de forma virtualmente anônima.

O Liberty Reserve se tornou veículo preferencial para transferência de dinheiro entre envolvidos em crimes cibernéticos que atraíram muita atenção recentemente --entre os quais um caso que resultou no indiciamento de oito pessoas em Nova York por seu envolvimento no roubo de US$ 45 milhões em caixas automáticos de 27 países.

Segundo os procuradores, as pessoas que aceitavam pagamentos via Liberty Reserve eram, "em sua maioria esmagadora, criminosos".

"Entre eles havia traficantes de dados roubados de cartões de crédito e informações pessoais de identidade; praticantes de diversas espécies de esquemas de enriquecimento rápido online; hackers oferecendo serviços; serviços de apostas não regulamentados; e sites clandestinos de comércio de drogas", dizem.

Para transferir dinheiro por meio do Liberty Reserve, o usuário precisava apenas apresentar nome, endereço e data de nascimento. Não era necessário validar a identidade. "Portanto, era fácil abrir contas com o uso de identidades fictícias ou anônimas", dizem os procuradores. Havia nomes como "Hackers Russos" na lista de clientes. Basicamente, tudo que alguém precisava para abrir uma conta era um endereço de e-mail.

Um agente infiltrado conseguiu se registrar sob nomes como "Joe Bogus" (Joe Falso) e descrições de propósito da conta como "para comprar cocaína". Não havia verificação dos dados.

Depois de criar uma conta, o usuário podia enviar dinheiro a outros clientes ou receber deles. Mas o Liberty Reserve não recebia ou fazia pagamentos em dinheiro diretamente. Usava cambistas externos para isso, de acordo com o indiciamento.

Estes, mais tarde, creditavam ou debitavam as contas no Liberty Reserve. As autoridades interditaram quatro bolsas de câmbio que eram parceiras da empresa.

Por esse esquema, o Liberty Reseve não recolhia informações bancárias sobre seus clientes e não oferecia, assim, um "histórico centralizado de documentos".

A empresa recomendava "cambistas aprovados" aos seus usuários, que tendiam a ser "negócios não licenciados de transferência de dinheiro sem fiscalização governamental ou regulamentação significativa, concentrados na Malásia, Rússia, Nigéria e Vietnã", afirmam os procuradores.


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