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Em entrevista, Assad sugere já ter recebido novos mísseis da Rússia

Questionado, ditador da Síria esquiva-se de resposta direta sobre armas; governo de Israel vê blefe

Sírio diz que seu regime participará de reunião de paz em Genebra e confirma auxílio de militantes do Hizbullah

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Bashar al-Assad, ditador da Síria, afirmou ontem em entrevista que a Rússia recentemente cumpriu acordos de venda de armas ao país.

Ele falava ao canal Al-Manar, do grupo extremista libanês Hizbullah. Antes de as imagens serem transmitidas, a mídia libanesa relatava que Assad confirmara o recebimento de um lote de mísseis S-300 --pergunta de que, a rigor, ele se esquivou.

"Tudo o que concordamos com a Rússia será implementado, e parte já foi implementada recentemente", disse à entrevistadora quando questionado sobre esses mísseis.

A entrevista, em que Assad ri em mais de uma ocasião, foi transmitida pelo canal libanês e pela TV estatal síria.

Tem havido forte pressão internacional, em especial de Israel, para que a Rússia não transfira mísseis aos sírios.

Apesar de esse equipamento não mudar o tabuleiro do poder na região, em que Israel tem o Exército mais bem armado, analistas apontam que os S-300 dificultariam intervenção externa na Síria.

No início deste mês, fontes ligadas a governos ocidentais afirmaram que Israel havia bombardeado um local próximo a Damasco, impedindo a transferência de mísseis iranianos para o Hizbullah.

Anteontem, a Rússia confirmou que manterá a venda do arsenal. A União Europeia, por sua vez, encerrou seu embargo de transferência de armas à oposição na Síria.

Fontes ligadas ao governo israelense, ouvidas pela mídia local, dizem que Assad está blefando sobre os mísseis.

REUNIÃO NA SUÍÇA

Assad afirmou, ainda durante a entrevista, que seu regime irá participar das conferências internacionais em Genebra para encerrar o conflito na Síria. O encontro deve ser em 5 de junho, com mediação americana e russa.

O grupo de oposição Coalizão Nacional Síria, porém, anunciou que não irá participar das conversas de paz enquanto "as milícias do Irã e do Hizbullah continuarem com sua invasão [do país]".

A insurgência contra o ditador foi iniciada em março de 2011 e já deixou mais de 80 mil mortos, estima a ONU.

Recentemente, o conflito entrou em novo período com a entrada de militantes xiitas do Hizbullah, enviados à cidade de Quseir para auxiliar a ofensiva do regime de Assad contra forças rebeldes.

A França estima que haja entre 3.000 e 4.000 guerrilheiros da organização extremista libanesa hoje na Síria.

Na entrevista ao Al-Manar, Assad confirmou que "há grupos do Hizbullah nas áreas de fronteira, mas o Exército sírio está comandando e lutando a guerra".


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