Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Moderado sai na frente em eleição no Irã

Centrista Hasan Rowhani tem 45% dos votos em primeira parcial para presidente, seguido do prefeito de Teerã

Líder supremo, aiatolá Khamenei manda os EUA irem "para o inferno" por duvidarem da lisura do processo

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O Ministério do Interior do Irã anunciou que o centrista Hasan Rowhani, apoiado pelos reformistas, lidera a contagem dos votos da eleição presidencial realizada ontem.

O resultado definitivo do pleito para escolher o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad, impedido por lei de concorrer, é esperado para hoje.

Rohwani obteve 45% dos 1,8 milhão de votos já contados (cerca de 5% do total).

O resultado dá ao candidato oposicionista ampla vantagem em relação ao segundo colocado, o conservador prefeito de Teerã, Mohamad Qalibaf, que tem 17%.

Em terceiro aparece o ultrarradical negociador nuclear Said Jalili, com 14%.

Não está claro se haverá segundo turno na eleição que reuniu cinco conservadores alinhados ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, chefe máximo do regime, e o centrista Rowhani. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de maioria absoluta dos votos.

O anúncio, surgido ao amanhecer, gerou questionamentos. Jornalistas criticaram o regime por demorar sete horas depois do fechamento das urnas para anunciar primeiros resultados baseados numa amostra modesta.

O Irã tem 50 milhões de eleitores, que compareceram em grande número à votação de ontem.

Céticos também lembram que, na controversa reeleição de Ahmadinejad, em 2009, o resultado definitivo havia sido anunciado poucas horas depois do encerramento da votação, gerando uma onda de protestos pelo país.

Um jornalista anônimo em Teerã divulgou mensagem na internet ironizando a espera que alimenta ansiedade e apreensão no país.

"Autoridades não estão acostumadas a contar votos, por isso estão demorando tanto tempo".

Se confirmada, a dianteira de Rowhani representaria uma surpresa, já que ele era, até o início da campanha, uma figura sem grande apelo popular.

Mas conseguiu eletrizar sua campanha ao prometer liberdades individuais.

Também disse que usará a experiência diplomática para melhorar a relação com o Ocidente e aliviar as sanções econômicas ao programa nuclear que causam inflação e desemprego.

O discurso ecoou junto a um amplo eleitorado que inclui desde pessoas de baixa renda até a classe média que estava politicamente órfã desde que os principais líderes reformistas foram banidos da vida pública após os protestos de 2009.

Nos dias que antecederam a votação, Rowhani obteve apoio de dois dos principais líderes oposicionistas: o ex-presidente centrista Ali Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997), vetado da disputa pelo regime, e o ex-presidente reformista Mohamad Khatami (1997-2005).

O nome de Rowhani foi o mais citado em pesquisa informal junto a eleitores iranianos entrevistados em oito pontos de votação espalhados pela cidade --do sul pobre ao norte abastado.

"Rowhani é o único capaz de reconciliar o país com os ideais da revolução de 1979, pois essa turma no poder está nos fazendo mal", disse o aposentado Hamidreza R.

Já eleitores conservadores refletiram as divisões entre candidatos à sua disposição. Maryam, funcionária de uma empresa de telefonia, votou em Qalibaf, cuja gestão de Teerã é bem avaliada. "Ele tem ótimo currículo".

O atual chefe negociador nuclear do Irã, Said Jalili, que prega uma estratégia de resistência a todo custo às pressões ocidentais, ganhou apoio da dona de casa Tayebeh, 61. "Eleger Jalili seria um soco na cara dos EUA".

LÍDER SUPREMO

Filas se formaram nos principais centros de votação de Teerã às 8h, logo após o líder supremo abrir o dia eleitoral ao votar numa mesquita dentro do complexo que abriga o regime, no centro de Teerã.

Bem humorado, Khamenei rebateu questionamentos americanos à lisura do sistema eleitoral iraniano.

"Vão para o inferno se não acreditam na nossa eleição. Se a nação iraniana esperasse agir em função daquilo em que você acreditam ou não, [ela] teria ficado para trás", afirmou o líder.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página