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CIA financia projeto de análise de dados

Empresa iniciante revela aporte do governo dos EUA em programa que transforma informações em reportagens

Apoios do governo dos EUA a softwares que analisam bancos de dados criaram produtos como o Google Earth

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

A Narrative Science, empresa que desenvolveu um software capaz de transformar automaticamente dados de economia ou esporte em textos jornalísticos, anunciou ter recebido aporte financeiro da CIA para adaptar sua tecnologia à análise de grandes volumes de dados eletrônicos ("big data"). O valor não foi divulgado.

O software da Narrative Science já é usado para criar reportagens veiculadas por sites noticiosos, como o da revista "Forbes", e deverá agora ter como clientes o Departamento de Segurança Doméstica e outros órgãos de inteligência dos EUA.

O investimento foi feito pela CIA por meio de seu fundo de estímulo a empresas iniciantes de tecnologia ("start ups"), chamado In-Q-Tel. Formado em 1999, seu nome é uma referência ao personagem que inventa os aparelhos de tecnologia avançada --e às vezes cômica-- nos filmes de James Bond, "Q".

O negócio foi divulgado pela Narrative Science em meio às revelações de que a NSA (Agência Nacional de Segurança), outro órgão de inteligência americano, coleta dados telefônicos e on-line em massa junto a empresas como Verizon e Google.

Steve Bowsher, executivo do In-Q-Tel, justificou a "parceria estratégica" dizendo que "a plataforma de inteligência artificial da Narrative Science analisa dados e comunica essa informação de uma maneira que é fácil de ler e de entender", o que será "de grande valia para os nossos clientes na comunidade de inteligência".

Entre outros empreendimentos, o In-Q-Tel é célebre por ter financiado há dez anos a "start up" Keyhole, que desenvolveu um software para criar imagens tridimensionais baseadas em fotos tiradas por satélite. O principal cliente da Keyhole foi o Departamento de Defesa.

Poucos anos depois, a Keyhole foi comprada pelo Google e a sua tecnologia foi transformada então num produto comercial, lançado no mercado em 2005 com o nome de Google Earth.

Investimentos do In-Q-Tel são vistos como selos de garantia do governo americano, abrindo caminho para passos maiores. "A parceria estratégica é uma validação de que a Narrative Science está pronta para suprir amplas necessidades comerciais e de mercado", declarou seu presidente, Stuart Frankel.

Sediada em Chicago, a Narrative Science nasceu na faculdade de jornalismo da Universidade Northwestern e, desde o princípio, impressionou pela qualidade dos textos automáticos --em prosa "altamente legível", na opinião do analista de tecnologia Evgeny Morozov.


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