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Taleban aceita iniciar negociações de paz

Grupo fundamentalista islâmico baseado no Afeganistão diz que iniciará diálogo com EUA e o governo Karzai

Conversas se darão no Qatar, onde a organização, que já apoiou a rede Al Qaeda, manterá um escritório

DO "NEW YORK TIMES" EM CABUL

O Taleban disse ontem estar preparado para dar o primeiro passo rumo a negociações de paz com o governo afegão e os EUA, após 18 meses de impasse.

Representantes dos EUA anunciaram que vão se reunir com representantes do grupo no Qatar em breve para dar início ao processo.

Se as negociações engrenarem, será a primeira vez que os antagonistas na guerra do Afeganistão conversarão para encerrar o conflito, iniciado após o ingresso das forças americanas no país em 2001.

O anúncio veio no dia em que os EUA divulgaram que a responsabilidade pela segurança no país é agora totalmente do governo local.

Em discurso pela TV anunciando a abertura do escritório político do Taleban em Doha, Mohammed Naim, porta-voz do grupo, disse que os objetivos políticos e militares "estão limitados ao Afeganistão" e que o Taleban "não deseja mal a outros países".

Integrantes do governo Obama disseram que a declaração contém dois compromissos cruciais: o de que os insurgentes acreditam que o território afegão não seria usado para ameaçar outros países --uma referência indireta ao abrigo dado à Al Qaeda sob o regime do Taleban, antes dos ataques do 11 de Setembro; e o de que o movimento está em busca de uma solução pacífica para a guerra.

O presidente Barack Obama definiu o anúncio do Taleban como "um importante primeiro passo para a reconciliação".

Mas "é só um primeiro passo", disse, durante reunião com o presidente francês François Hollande na conferência do G8, na Irlanda do Norte. "Antecipamos que haverá muitos solavancos ao longo do caminho."

As primeiras reuniões provavelmente envolverão pouco mais que uma troca inicial de posições de negociação, disse um importante funcionário americano, acautelando contra expectativas de que as conversas ofereçam resultados substantivos em curto prazo.

Um grande obstáculo ao processo de paz vem sendo a recusa dos negociadores do Taleban a falar diretamente com o presidente afegão, Hamid Karzai.

Embora tenha sinalizado aceitar a abertura do escritório, Karzai disse repetidamente que o Afeganistão precisa liderar as negociações, implicando que nem os EUA e nem o Paquistão serão interlocutores. Ele também deseja que as negociações aconteçam no Afeganistão.


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