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Grécia vive ameaça de crise após partido deixar coalizão
Esquerda Democrática abandona governo após fechamento de TV estatal; aliança do premiê Samaras mantém maioria por só 3 votos
O partido Esquerda Democrática anunciou ontem sua saída da coalizão que governa a Grécia, deixando seus dois ex-companheiros de união com maioria de apenas três votos no Legislativo. A situação pode provocar nova crise política no país europeu, um ano após as eleições.
A cisão, diz o partido, foi um protesto contra a decisão de fechar a emissora estatal ERT, na semana passada, como medida de austeridade.
Com a saída dos 14 parlamentares do Esquerda Democtática, a coalizão governamental terá 153 das 300 cadeiras do Parlamento, duas a mais que a maioria simples.
A oposição terá 133 cadeiras e 14 são independentes. Desses, dois anunciaram que poderiam se aliar ao governo.
O ED é o terceiro maior partido da coalizão, atrás do socialista Pasok e do Nova Democracia, sigla do primeiro-ministro, Antonis Samaras.
No ano passado, a Grécia realizou duas eleições legislativas, em maio e junho --a aliança que hoje comanda o país só foi fechada depois do segundo pleito; no primeiro, todas as tentativas de formar um governo fracassaram.
Essa coalizão conseguiu aprovar as reformas decididas por acordo com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) após o resgate financeiro ao país.
O líder do Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, rejeitou uma proposta de acordo de Samaras para a recontratação de 2.000 dos 2.600 funcionários da ERT, demitidos no início do mês.
Kouvelis exigiu que a rede retome suas transmissões de imediato, cumprindo uma decisão anunciada na semana passada pela Justiça, e afirmou que "é uma questão fundamental de democracia".
A cisão enfraquece o premiê de centro-direita e reduz sua chance de concluir seu mandato de quatro anos.