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Análise

Irmandade afastou aliados e falhou em domar os militares

HEBA SALEH DO "FINANCIAL TIMES"

Mohammed Mursi, o presidente islâmico do Egito, escolheu Adel al-Khayat como governador da província de Luxor. Foi uma decisão estranha: Khayat foi membro do Grupo Islâmico, uma organização radical que matou 62 pessoas em Luxor há 16 anos.

Uma tempestade de indignação surgiu, mesmo que Khayat jamais tenha sido acusado de envolvimento com a violência. No último domingo, ele disse que não aceitaria o posto: "Considero necessário apresentar minha renúncia, para evitar derramamento de sangue egípcio."

Para os críticos de Mursi, o fiasco representa só mais um exemplo da inépcia política que veio a definir o curto governo do primeiro presidente eleito que o país já teve.

Os sinais de desgaste econômico são visíveis em toda parte. As reservas cambiais, cada vez menores, estão restringindo a capacidade do governo para importar combustível, o que causa frequentes cortes de energia e longas filas nos postos de gasolina. A ira popular só cresce.

A conduta monopolista da Irmandade quanto ao poder político afastou amigos e aliados e aprofundou as preocupações daqueles que jamais confiaram no movimento.

Acabou a curta lua de mel entre Mursi e as forças laicas, que o apoiaram na eleição a fim de impedir o retorno do velho regime na forma de Ahmed Shafiq, um general reformado.

Ao conquistar a maioria nas urnas, no ano passado, o grupo embarcou em uma disputa de poder com os líderes do Exército quanto ao lugar destes na nova ordem, sob domínio islâmico.

Os militares emergiram com sua autonomia ampliada na nova Constituição e são apenas nominalmente subservientes aos líderes civis.


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