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Exército egípcio dá ultimato a presidente

Militares dizem que Mursi tem 48 horas para resolver insatisfação popular contra seu governo, mas negam golpe

Não está claro qual ação pode ser tomada pelas Forças Armadas; Mursi enfrenta protestos desde semana passada

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Em meio a manifestações em massa pedindo a saída do presidente islamita Mohammed Mursi, o Exército do Egito deu ontem um ultimato de 48 horas para que o governo solucione a crise, sob pena de uma intervenção militar.

O anúncio, lido na TV estatal pelo chefe militar egípcio, general Abdel Fattah al-Sisi, diz que os protestos refletem oposição "sem precedentes" contra o governo.

Não está claro qual seria a ação tomada pelo Exército, nem se exigem a saída de Mursi do poder.

A suspeita é de que se planeja um golpe contra ele, primeiro presidente eleito democraticamente do Egito.

No entanto, em comunicado posterior, o Exército nega ambições políticas e diz que seu objetivo é pressionar as autoridades a um consenso.

A chegada ao poder de Mursi é um dos marcos da Primavera Árabe.

Segundo um assessor do presidente citado pelo jornal britânico "Guardian", Mursi encarou o ultimato como indicativo de um golpe. Já a Irmandade Muçulmana --partido ligado ao presidente-- disse que "estuda" a situação.

Os manifestantes que há dias lotam as praças, por sua vez, receberam com loas o ultimato militar, visto como um sinal claro de apoio.

Estimativas do Exército apontam que entre 14 milhões e 17 milhões de pessoas protestaram anteontem contra Mursi. Esse número, porém, não é confirmado por outras fontes.

Mursi substituiu o ex-ditador Hosni Mubarak, derrubado em 2011 pela mesma força popular que, hoje, pede por outra revolução.

Seus oponentes apontam, porém, que ele sequestrou a revolução egípcia com uma agenda islamita e aprofundou a crise econômica.

O Ministério da Saúde afirma que o saldo de mortos desde o domingo é de ao menos 16, além de 781 feridos.

Ontem de manhã, o escritório da Irmandade no Cairo foi invadido e saqueado por manifestantes.

Ao menos dez ministros do gabinete renunciaram, em solidariedade às manifestações.

Ontem à noite, praças e ruas permaneciam tomadas por multidões, e helicópteros do Exército eram vistos sobrevoando a icônica praça Tahrir, em que egípcios pediram há dois anos pela saída de Mubarak --com êxito.


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