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Ativistas pretendem manter-se em vigília

Protestos seguem na praça apesar de golpe

DIOGO BERCITO DO ENVIADO AO CAIRO

"O povo quer derrubar o regime!".

Os cantos da oposição, constantes durante a Primavera Árabe e também durante a recente derrocada do presidente islamita Mohammed Mursi, não cessam no Egito.

Desde ontem de manhã, ativistas mantinham os pedidos de "irhal" ("saia", em árabe) --apesar de, na prática, Mursi ter sido deposto um dia antes por meio de um golpe de Estado.

A icônica praça Tahrir, onde o ex-ditador Hosni Mubarak foi destronado em 2011, permanecia em celebração durante a noite. Os fogos de artifício eram lançados ininterruptamente, e a cantoria podia ser ouvida na outra margem do rio Nilo.

Ativistas ouvidos pela reportagem insistem que vão permanecer ali por tempo indeterminado. Mas não está clara sua agenda de reivindicações políticas.

A praça parece ter se tornado, por tradição, ponto de encontro e comemoração.

Na ponte que cruza o Nilo em direção à praça, moradores se amontoam em cadeiras de plástico para ver o rio e conversar.

Jovens, animados, interrompem o trânsito e dançam diante dos carros --que buzinam bastante.

"Estamos aqui para apoiar o Exército", diz Karim Ali, 32. "Eu só vou embora quando tivermos um bom presidente no governo."

Questionado sobre se isso significa que ele tem suspeitas a respeito da participação das Forças Armadas no futuro político do país, Ali diz que a possibilidade de um regime militar não lhe ocorre.

"O Exército está, dessa vez, do lado do povo", diz.

Mahmud Fathy, 27, repete a explicação de Ali a respeito de por que continua na praça Tahrir mesmo após a saída de Mursi. "Vamos ficar até elegermos o próximo presidente."

Quanto a Adly Mansur, presidente interino egípcio jurado ontem para o cargo, Fathy diz não ter opinião formada. Ou se importar. "Ele só vai ficar por alguns meses, mesmo."

Na lotada Tahrir, manifestantes carregam cartazes com a imagem de Abdel Fatah al-Sisi, chefe do Exército do Egito. Após o golpe de Estado, ele transformou-se em uma espécie de herói nacional.

"Não há como ser de outra maneira", diz Adel al-Shafi, 41, ao lado de um ativista com uma fotografia do general. "Ele fez um grande trabalho, jogou bem. Sem o Exército, nós não temos nada."


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