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Francisco associa fé a mudanças sociais

Em primeira encíclica, feita 'a quatro mãos' com Bento 16, papa defende que família é 'união de homem e mulher'

Vaticano afirma que Bento 16 havia 'quase concluído' o texto e que ele atesta continuidade entre os pontificados

RACHEL DONADIO DO "NEW YORK TIMES"; NA CIDADE DO VATICANO

O papa Francisco publicou ontem sua primeira encíclica, escrita com seu predecessor, Bento 16.

"Lumen Fidei", ou "A Luz da Fé", publicada na metade daquele que o Vaticano chamou o Ano da Fé, apela aos que creem e aos que buscam fé que estudem como Deus pode mudar suas vidas.

Em um sumário, a Igreja disse que Bento 16 havia "quase concluído" a obra antes da renúncia, em fevereiro, e que Francisco somou "contribuições adicionais".

"Não é assinada pelos dois papas porque só temos um", disse o arcebispo Gerhard Müller, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, guardiã da doutrina do Vaticano.

Ele acrescentou que a coautoria comprova a continuidade entre os papados.

O texto trata de conexões entre amor, razão e a fé, que deve ser vista como agente social. "Os cristãos confessam o amor concreto e poderoso de Deus, que atua verdadeiramente na história e determina o seu destino final".

Também mantém o conceito de matrimônio da igreja. "O primeiro âmbito iluminado pela fé é a família", disse Francisco. "Penso, antes de mais nada, na união estável do homem e da mulher".

"Tal união nasce do reconhecimento e aceitação do bem que é a diferença sexual, em virtude da qual os cônjuges se podem unir numa só carne e gerar vida", afirmou.

O capítulo final, que fala do papel da fé no bem comum, traz à mente o estilo de Francisco. O jesuíta argentino costuma fazer sermões improvisados e escolheu viver em dormitório do Vaticano e não no Palácio Apostólico.

Já as primeiras três partes, ricas em menções literárias, portam a marca de Bento 16, teólogo que chefiou a doutrina do Vaticano por 25 anos antes de ser papa, em 2005.

Além de repetir trechos da Bíblia, o texto cita os filósofos Jean-Jacques Rousseau e Friedrich Nietzsche, além do poeta americano T. S. Eliot.


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