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Venezuela oferece asilo a delator dos EUA

Presidente Maduro diz que ex-técnico da CIA que revelou espionagem merece ser protegido da "perseguição"

Mais cedo, Nicarágua fez a mesma oferta a Edward Snowden, que estaria em área do aeroporto de Moscou

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Venezuela e a Nicarágua anunciaram ontem a decisão de oferecer asilo diplomático ao ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos por ter revelado esquema de espionagem do governo americano.

O venezuelano Nicolás Maduro e o nicaraguense Daniel Ortega --dos governos mais à esquerda e de retórica mais dura contra Washington na região-- são os primeiros a oferecer asilo a Snowden.

Acredita-se que o delator esteja desde 23 de junho na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou.

Como teve o passaporte revogado pelos EUA e não tem visto da Rússia, não está claro como Snowden chegaria ao país que escolher.

"Decidimos oferecer essa figura do direito universal [asilo] a Snowden para protegê-lo da perseguição do mais poderoso império do mundo contra um jovem que o que fez foi dizer a verdade", disse Maduro em ato pelo Dia da Independência do país.

Mais cedo, Ortega havia feito a mesma oferta, lembrando que Snowden pedira asilo à embaixada da Nicarágua em Moscou.

Segundo o WikiLeaks, que está prestando ajuda legal ao americano, o delator chegou a pedir o benefício a 27 países. Entre eles, estava o Equador, que anunciou que só analisaria o pedido se Snowden estivesse em solo ou representação equatorianos.

A Casa Branca não quis comentar ontem, mas o anúncio de Maduro deve fazer escalar a tensão entre Caracas e Washington, com relações difíceis desde a chegada do chavismo ao poder, em 1999.

Ao desafiar o governo americano, Maduro tenta emular o protagonismo de seu mentor Hugo Chávez, morto em março, num momento em que enfrenta problemas domésticos, como escalada da inflação e escassez de alguns produtos básicos no país.

"Quem viola a lei internacional? Um jovem que decidiu, em atitude de rebeldia, dizer a verdade sobre espionagem [...] ou um governo que espiona o mundo inteiro?", disse Maduro.

O venezuelano criticou os EUA por negarem a extradição de Luis Posada Carriles, 85, acusado pela Venezuela pelo atentado a um avião cubano que matou 73 pessoas em 1976. Posada, que vive em Miami, confessou ter participado de atentados em Cuba em 1997.

ESPANHA E BOLÍVIA

Maduro disse ter tomado a decisão "pela dignidade da América", referência ao incidente na Europa envolvendo o avião presidencial boliviano e o delator na terça-feira.

A Bolívia acusa França, Espanha, Portugal e Itália de bloquearem seu espaço aéreo para o avião do presidente Evo Morales, por pressão dos EUA, sob a suspeita de que Snowden estivesse a bordo.

Anteontem, em Cochabamba, na Bolívia, os países da Unasul emitiram comunicado exigindo "desculpas públicas" e explicações dos europeus pelo caso.

A Espanha reagiu ontem, dizendo que "não precisa pedir desculpas". Madri negou ter fechado o espaço aéreo, mas disse ter sido alertada --sem revelar por quem-- de que Snowden estaria no avião.


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