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EUA ainda devem explicações, diz Patriota

Chanceler considera esclarecimentos sobre espionagem no Brasil 'insuficientes' e diz que cobrará mais detalhes

Jornalista que revelou esquema cancela ida ao Senado; embaixador americano diz esperar autorização para depor

DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) reforçou ontem que os esclarecimentos dados pelo governo dos EUA sobre denúncias de espionagem no Brasil foram considerados "insuficientes".

Washington é alvo de acusações de monitoramento de dados em larga escala após informações reveladas à imprensa pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden.

"Alguns esclarecimentos foram fornecidos, nós consideramos insuficientes", disse Patriota. Na semana passada, o chanceler participou de audiência pública no Congresso para tratar do tema.

"Está reunido um grupo técnico aqui no Brasil (...) para elaborar uma lista de perguntas e solicitarmos esclarecimentos adicionais que poderão ser obtidos de diferentes maneiras. Ainda está em consideração como a próxima etapa ocorrerá", disse.

Esse grupo, afirmou o ministro, conta com representantes de ministérios como Justiça, Defesa, GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e Ciência e Tecnologia, além do próprio Itamaraty.

Ontem, após confirmar presença na Comissão de Relações Exteriores do Senado para falar sobre a espionagem dos EUA no Brasil, Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian", cancelou a audiência.

Greenwald, que mora no Brasil, foi o primeiro a divulgar os dados vazados por Snowden. O jornalista disse que está com a agenda ocupada e não poderá atender ao chamado dos congressistas, mas prometeu aceitar o convite em uma "data oportuna".

Já o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, disse a Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, que espera autorização da Casa Branca para depor no Congresso.

Segundo Ferraço, Shannon estaria disposto a falar porque vê nisso uma chance de explicar as acusações de que seu país espionou milhares de telefonemas e e-mails no Brasil. A sessão pode ser reservada, como previsto pelo regimento.

Apesar da conversa, a Folha apurou que Shannon recusou o convite da comissão por achar que as denúncias de Edward Snowden foram tiradas do contexto, têm erros factuais e ganharam conotação "espetaculosa".

Ele já havia enviado mensagem prévia a Ferraço, por escrito, justificando que não iria depor porque o governo dos EUA tem prestado esclarecimentos ao governo brasileiro por diferentes canais e ainda não concluiu a análise de todas as denúncias.


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