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Análise crise Panamenha

Explicação de Cuba é plausível, mas viola sanção

Para enviar armas apreendidas em navio para conserto na Coreia do Norte, Havana precisaria de autorização prévia

PETER ORSI MICHAEL WEISSENSTEIN DA ASSOCIATED PRESS, EM HAVANA

A explicação oferecida por Cuba de que ocultou sistemas de armas antiquados sob milhares de toneladas de açúcar num navio cargueiro e os enviou à Coreia do Norte para reparo é potencialmente plausível, mas deixa perguntas preocupantes no ar.

Escondido sob 240 mil sacos de açúcar mascavo, o carregamento parece violar sanções da ONU que proíbem a Coreia do Norte de importar armas sofisticadas e mísseis.

Na noite de segunda, Cuba admitiu que a carga do navio incluía 240 toneladas de armas defensivas obsoletas: dois sistemas de mísseis antiaéreos Volga e Pechora, nove mísseis desmontados e peças avulsas dos mesmos, dois caças MiG-21 Bis e 15 motores desses aviões.

Segundo o governo cubano, os equipamentos deveriam ser consertados na Coreia do Norte e devolvidos ao país. A Coreia do Norte possui capacidade robusta de reparar e modernizar equipamentos militares da era soviética e um histórico de trocar assistência técnica por commodities como açúcar.

Ao mesmo tempo, sabe-se que a Coreia do Norte quer passar ao largo das sanções e obter peças de reposição para seus próprios sistemas de armas, especialmente caças-bombardeiros MiG. Isso levanta a possibilidade de que, no lugar de dinheiro, Cuba fosse pagar pelos reparos com um misto de açúcar e equipamentos de jatos.

Diplomatas da ONU disseram sob anonimato que, para enviar as armas para reparos, Cuba precisaria de uma autorização prévia do comitê do Conselho de Segurança que monitora as sanções contra a Coreia do Norte.

A Coreia do Norte desenvolveu indústrias de produção de mísseis e outras armas derivadas de desenhos soviéticos antigos e encontrou clientes em países que não têm condições de pagar por armas mais modernas.

O país asiático também tem um longo histórico de compra e venda agressiva de sistemas inteiros de armas em todo o mundo, especialmente para países em desenvolvimento.

Boa parte desses negócios envolvia vendas de mísseis de curto e médio alcance, mas acredita-se que esse mercado tenha diminuído nos últimos anos.

Isso aconteceu em parte em razão da pressão internacional e das sanções aplicadas devido aos três testes nucleares conduzidos pela Coreia do Norte desde 2006, além de uma série de lançamentos de foguetes.

As vendas podem ter sido afetadas também pela baixa qualidade das armas de tipo soviético tradicionalmente produzidas por Pyongyang.


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