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Empresários ilegais esperam reforma imigratória americana

Brasileiros com negócios legalizados na Receita dos EUA, mas sem visto, sofrem com ameaças de delação feitas por concorrentes

Empresária que fatura US$ 500 mil por ano teve sócio deportado; empreendedores vão buscar sócios legais

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

"Minha empresa é legal, mas eu sou ilegal. Isso me impede de crescerCarla Santana,brasileira, dona de salão com dez funcionários em Nova YorkRecebi proposta de gente com 'green card', mas vou esperar a reformaH.L.empresária que vende salgadinhos

Enquanto os estimados 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA são retratados como pedreiros, faxineiras e outras funções de baixa remuneração, uma parcela crescente deles investe em pequenos negócios, que geram contratações.

A ilegalidade impõe limites e represa a expansão, mas eles esperam pela reforma imigratória para lhes dar segurança jurídica.

"Minha empresa é legal, mas eu sou ilegal. Isso me impede de crescer, dificulta tomar crédito. Tudo tem de ser em dinheiro", diz a brasileira Carla Santana, que tem salão de beleza em área rica de Nova York e dez funcionários.

Mesmo que a reforma seja aprovada, a obtenção da cidadania levaria anos, mas um status provisório poderá facilitar o empreendedorismo e a compra de bens como casas.

Como o IRS (a Receita americana) não compartilha dados com as autoridades imigratórias, é comum que os ilegais toquem seus negócios com um número próprio de identificação de contribuinte, o Itin. "O Itin é como um CNPJ. É dado a uma pessoa que tem renda, mas não é elegível para obter o número de seguridade social", diz a advogada Michelle Vianna.

Por falta de informação ou medo de o status imigratório vir a público, alguns procuram sócios em situação legal, mas que não têm capital ou afinidade com o negócio.

Para montar uma empresa de eventos, que será aberta nos próximos meses, quatro sócias resolveram chamar uma colega portadora de visto de residente "por questões burocráticas", diz Amarilis Campos, uma das fundadoras do negócio --que só possui visto de estudante.

A instabilidade amedronta até mesmo quem tem 25 anos de EUA, como J.R., que pede para não ser identificado. Seu faturamento com uma firma no setor de saúde é de US$ 500 mil por ano. "Tenho medo de algum dia resolverem perguntar meu status."

"Tem muito concorrente que tem papel [visto], e isso é complicado. A gente ouve falar de ilegal que recebeu ameaça", diz H.L. --famosa na comunidade brasileira por seus bolos e salgados, ela prefere não registrar o negócio.

O USCIS (agência de serviços de imigração) informa que trabalhar sem documentação, ainda que com negócio próprio, é violação da lei americana. O consulado brasileiro não revela o número de empresários deportados.


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