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Bolívia 'convida' senador a deixar embaixada brasileira
Vice-presidente Linera diz que Roger Pinto tem garantias como congressista
Senador da oposição está asilado há mais de um ano e diz que sofre perseguição política do governo de Evo Morales
O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, convidou ontem publicamente o senador de oposição Roger Pinto a deixar a Embaixada do Brasil em La Paz, onde está asilado há mais de um ano, e se defender contra as denúncias de corrupção que recaem sobre ele.
A declaração foi dada numa coletiva de imprensa. Jornalistas questionaram se a Bolívia não era obrigada a dar salvo-conduto para Pinto sair do país depois de assinar uma resolução do Mercosul, no último dia 12 de julho, que classifica a concessão de asilo como direito inalienável dos Estados, não podendo ser restringida ou limitada.
"O senhor Pinto poderia sair agora de seu refúgio e caminhar livremente pelas ruas. A única coisa que Pinto não pode fazer é sair do país, pois há uma proibição judicial nesse sentido", afirmou Linera. "Ele tem todas as garantias, além disso, tem garantias como congressista. Nenhum congressista pode ser preso por suas ideias."
Pinto está refugiado desde maio de 2012 na embaixada brasileira e diz que é vítima de perseguição política pelo governo de Evo Morales.
O governo brasileiro concedeu asilo político a Pinto poucos dias depois de ele se refugiar na embaixada, causando mal-estar diplomático.
A Bolívia vem negando reiteradamente o salvo-conduto a Pinto, sob a justificativa de que o senador deve responder às denúncias feitas contra ele no Judiciário.
Em junho, Pinto recebeu sentença de um ano de prisão após ser acusado de causar danos econômicos ao Estado.
