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Israel e palestinos abrem oficialmente negociações de paz
Segundo mediador, secretário de Estado John Kerry, todas as questões fundamentais estarão sobre a mesa
Temas mais difíceis incluem fronteiras, segurança e situação de Jerusalém; processo deve levar nove meses
John Kerry, secretário de Estado americano, comunicou ontem o início formal das negociações de paz entre israelenses e palestinos. "Todas as questões fundamentais estão sobre a mesa", afirmou.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa. Kerry estava com Tzipi Livni, ministra da Justiça de Israel, e Saeb Erekat, negociador-chefe da Autoridade Nacional Palestina.
Segundo ele, as partes concordaram em manter diálogo por nove meses para obter um acordo final sobre o conflito.
Nesse período, ficou acordado que o conteúdo das discussões será reservado. "Ninguém deve levar rumores em conta, a não ser que venha algo de mim", disse Kerry.
Os diálogos de paz estão interrompidos há quase três anos, após desavenças sobre a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
"Ninguém irá se beneficiar mais de um acordo que os palestinos", disse Erekat. "É chegada a hora de termos um Estado independente."
Livni, por sua vez, afirmou que "não podemos ser ingênuos nessa região", mas também criticou os pessimistas. "A história não é escrita pelos cínicos. Ela é feita por quem não tem medo de sonhar."
CASA BRANCA
Antes do anúncio, Livni e Erekat se reuniram com Barack Obama. A mediação americana será feita pelo ex-embaixador dos EUA em Israel Martin Indyk e pelo assessor Phil Gordon. Ao contrário de experiências anteriores, espera-se presença constante dos EUA nos diálogos.
Também terão papel fundamental Isaac Molho, enviado israelense, e Muhammed Shtayyeh, braço-direito do negociador palestino.
As próximas reuniões devem ocorrer em duas semanas, em Israel ou nos territórios palestinos.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, terão de discutir temas controversos, como o retorno de Israel a fronteiras similares às anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967).