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Zimbábue vota em meio a denúncia de irregularidades

Há 33 anos no poder, Mugabe promete respeitar os resultados se perder

Oponente é o primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai; americanos e europeus não puderam enviar observadores

DE SÃO PAULO

Aos 89 anos --33 deles no poder--, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, participa hoje de sua quinta disputa ao posto.

A população, ainda sob o fantasma das contestadas eleições de 2008 --que detonaram uma onda de violência responsável por pelo menos 200 mortes-- terá, teoricamente, a chance de escolher se quer manter Mugabe por mais cinco anos à frente do país com um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo.

Seu principal opositor é um velho concorrente: o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, do MDC (Movimento pela Mudança Democrática). Os dois governam em coalizão desde 2009, após pressão da comunidade internacional.

Tsvangirai, que já tinha perdido em 2002 para Mugabe, chegara a vencê-lo no primeiro turno das eleições de 2008. Diante dos violentos ataques a membros da oposição, contudo, o concorrente desistiu de disputar o segundo turno.

Ontem, horas antes da abertura das urnas, às 7h locais de hoje (2h no Brasil), Mugabe disse que aceitaria uma eventual derrota no pleito.

"Se você participa de uma competição em que há apenas duas opções, você vai ganhar ou perder. Se perder, você deve se render", disse.

Um porta-voz do partido de Tsvangirai, no entanto, disse que só aceitaria o resultado de eleições "livres e justas".

Irregularidades já foram denunciadas por organizações antes mesmo do início do pleito. Segundo o grupo Unidade de Pesquisa e Defesa, entre os 6,4 milhões de eleitores registrados, um milhão seriam pessoas que já morreram ou deixaram o país.

A Rede de Apoio às Eleições no Zimbábue (ZESN, em inglês), por sua vez, denunciou "problemas logísticos" nos dois dias de "eleições especiais" --voto antecipado para membros das forças de segurança e da Comissão Eleitoral.

"Os observadores reportaram atraso na abertura de seções, ausência de cédulas, urnas e listas de eleitores e falta de materiais, como tinta [para marcar os dedos dos eleitores]", disse a ZESN.

Mugabe proibiu observadores dos EUA e da Europa. Apenas um grupo de países amigos teve o envio de missões permitido, entre eles, o Brasil. Um diplomata brasileiro que serve na África do Sul será observador. Haverá segundo turno se necessário.

A possível reeleição de Mugabe e a continuidade de sua política são vistas com apreensão. "As recorrentes prisões e o assédio a ativistas de direitos humanos são motivo de grande preocupação", disse a diretora da ZESN, Rindai Chipfunde-Vava, à Folha.


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