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Putin dá asilo a delator, e EUA ameaçam boicotar evento russo

Snowden deixa aeroporto de Moscou após receber documento; Casa Branca reavalia visita de Obama

Ex-técnico da CIA é acusado de crime de espionagem nos EUA; em nota, ele diz que a lei 'está vencendo'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de passar quase 40 dias na área de trânsito do aeroporto de Moscou, o ex-técnico da CIA Edward Snowden, 30, deixou ontem o local ao receber um documento de asilo válido por um ano do governo russo.

A Casa Branca reagiu dizendo estar "extremamente decepcionada" e ameaçando cancelar a ida de Barack Obama ao país em setembro para participar da cúpula dos 20 países mais industrializados do mundo (G20) e de um encontro com o colega russo, Vladimir Putin.

"Vemos isso como um acontecimento infeliz e estamos extremamente decepcionados. (...) Estamos avaliando a utilidade de uma cúpula", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Segundo ele, a ação russa "mina a longa história de cooperação em aplicação da lei" entre os dois países.

Nos últimos dias, os EUA aumentaram a pressão para convencer a Rússia a extraditar o ex-técnico, que revelou um amplo esquema de espionagem de telefones e internet pelo governo dos EUA. Os dois países não têm acordo que obrigue a extradição.

O secretário de Justiça americano, Eric Holder, chegou a enviar uma carta ao homólogo russo assegurando que Snowden não seria torturado nem condenado à morte se voltasse aos EUA.

O delator é acusado por roubo de propriedade do governo e por revelar informações secretas de defesa nacional e de inteligência. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão.

Agora, ele poderá ficar, pelo menos, até 31 de julho de 2014 na Rússia. Seu advogado, Anatoly Kucherena, disse não poder revelar o atual paradeiro de Snowden no país, mas prometeu que ele fará "logo" uma aparição pública.

Segundo o WikiLeaks, o ex-técnico deixou a área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo na tarde de ontem acompanhado por Sarah Harrison, representante do grupo que, aparentemente, ficou com Snowden desde que os dois saíram de Hong Kong, em 23 de junho.

Num comunicado emitido pelo WikiLeaks, o ex-técnico criticou os EUA e agradeceu à Rússia. "Nas últimas oito semanas, vimos que o governo Obama não demonstra nenhum respeito pelas leis internacionais ou nacionais, mas, no fim, a lei está vencendo", disse. "Agradeço à Rússia por me dar o asilo de acordo com suas leis e obrigações internacionais."

Uma pesquisa divulgada ontem pela Universidade Quinnipiac, nos EUA, mostra que a maioria (55%) dos americanos considera Snowden um "delator". Apenas 34% acham que ele "traiu" o país.

Ontem, o "Guardian" revelou que o governo americano pagou, nos últimos três anos, pelo menos 100 milhões de libras (cerca de R$ 348 milhões) à agência de espionagem britânica GCHQ para ter "acesso e influência" sobre os programas de coleta de informação de inteligência.


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