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'Seu inferno é agora', diz vítima a raptor

Mantida em cativeiro por 11 anos, Michelle Knight reencontra-se no tribunal com algoz, que pegou prisão perpétua

Ariel Castro diz não ser 'um monstro' e que havia 'harmonia' na casa onde estuprava Michelle e outras duas mulheres

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Michelle Knight, 32, uma das três vítimas do sequestrador Ariel Castro, 52, em Cleveland, EUA, o reencontrou ontem, na audiência em que Castro recebeu formalmente a sentença de prisão perpétua, mais mil anos. "Passei 11 anos no inferno. Agora seu inferno está apenas começando", disse Knight, de costas para seu agressor.

Apesar de chorar muito enquanto lia seu pronunciamento, ela não interrompeu sua mensagem a Castro. "Estou começando a viver agora. E você vai morrer um pouquinho a cada dia."

Com as mãos e os pés algemados, Castro tentou justificar os abusos sexuais que cometeu a um vício por pornografia. "Não sou um assassino. Essas pessoas estão tentando me retratar como um monstro. Sou doente, como um alcoólatra", afirmou.

O juiz Michael Russo o lembrou de que, há poucos dias, ele entrara em acordo com a Justiça para evitar a pena de morte declarando-se culpado de 937 acusações. E afirmou: "Você não merece viver em nossa comunidade".

Michelle foi a que passou mais tempo no cativeiro e também a que sofreu as piores agressões. De acordo com seu depoimento, Castro a fez abortar diversas vezes com pancadas na barriga.

Castro manteve a postura falante que apresentou na última audiência, adicionando argumentos controversos à história do crime que chocou o país. Antes de pedir perdão às vítimas, insistiu que "o sexo foi consensual", que elas "queriam" e que havia "uma harmonia na casa".

Os promotores apresentaram uma maquete da casa usada como cativeiro para explicar as condições precárias do imóvel.

Também foram mostradas fotos das correntes e cadeados enferrujados com que Castro as amarrava e um capacete que ele as obrigou a usar no dia do primeiro estupro. A peruca que Castro as fez vestir nas raras vezes em que permitiu um passeio pelo quintal também estava lá.

O revólver usado para intimidá-las foi exposto na audiência. Indagado se as obrigou a fazer roleta-russa com a arma, Castro respondeu que não se lembra, "mas, se elas disseram, provavelmente aconteceu".

As outras duas vítimas, Gina DeJesus, 23, e Amanda Berry, 27 --que teve uma filha de Castro no período do cativeiro, hoje com 6 anos--, não compareceram à audiência.


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