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Partido de ditador lidera apuração em eleição no Zimbábue
Há 33 anos no poder, Mugabe terá maioria no Parlamento; opositor convoca protestos
A governista União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF) lidera as eleições no Zimbábue, segundo parcial divulgada ontem. A vitória daria mais cinco anos ao ditador Robert Mugabe, 89, que comanda o país desde a independência do Reino Unido, em 1970.
Mugabe enfrentou na última quarta o atual premiê Morgan Tsvangirai em pleito pacífico, mas com denúncias de fraude. O rival disse que as eleições foram "uma farsa, nulas e vazias", e adicionou ontem que pode chamar a população contra o resultado.
O jornal estatal "The Herald" diz que o governo venceu em 54 das 73 circunscrições apuradas. Segundo a comissão eleitoral, Mugabe também terá maioria no Parlamento, com 137 das 210 cadeiras. O resultado oficial sai na segunda-feira.
Embora a União Africana tenha chamado o pleito de "livre e justo", observadores no país acusaram fraudes de registro que podem ter desabilitado até um milhão dos seis milhões de eleitores inscritos.
Na última eleição, em 2008, Tsvangirai --que pela terceira vez enfrenta Mugabe-- acusou fraudes e não aceitou o resultado. As suspeitas detonaram violência que deixou mais de 200 mortos e levou o ditador a dividir o poder, mantendo a chefia de Estado, mas com um primeiro-ministro.
O Reino Unido afirmou estar preocupado com a falta de reformas eleitorais. Os EUA, que têm sanções contra o ditador, disseram que "uma eleição pacífica não garante resultado justo". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, incitou os contendores a enviar "mensagens claras e chamados à calma".