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Presidente do Irã pede fim de sanção para retomar laços com o Ocidente

Apesar da cobrança, sucessor de Ahmadinejad envia sinal conciliador ao nomear tecnocratas

Em discurso, líder acena às mulheres e minorias religiosas e diz que a corrupção "gangrena o país"

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Um dia após ser empossado como presidente do Irã, o ex-negociador nuclear Hasan Rowhani prestou juramento ontem diante do Parlamento e disse que as relações com o Ocidente só serão restauradas após o fim das pressões contra a república islâmica.

"Para interagir com o Irã é preciso dialogar em condição de igualdade, criando confiança mútua e respeito, e reduzindo a inimizade."

"Se quiserem uma resposta adequada, falem com o Irã usando a linguagem do respeito, não a das sanções", afirmou o presidente, arrancando aplausos efusivos.

Ele se referia às punições impostas por EUA e aliados em represália ao programa nuclear iraniano, suspeito de visar à fabricação da bomba atômica, o que Teerã nega.

Rowhani, 64, foi eleito com a promessa de melhorar laços com o Ocidente para reduzir as restrições, que minam os lucros com o petróleo e empobrecem a população.

Ele descarta suspender o programa nuclear iraniano, mas se diz disposto a torná-lo mais transparente, desde que haja alívio das sanções.

Apesar da cobrança, Rowhani enviou um sinal conciliador ao anunciar ontem a equipe ministerial, que traz o retorno de tecnocratas que ocuparam cargos de governo nos anos 1990, época de laços cordiais com o Ocidente.

O destaque do gabinete, cuja equipe ainda precisa ser aprovada pelo Legislativo, é Mohamad Javad Zarif, nomeado chanceler e tido como homem ideal para uma eventual reaproximação com os EUA, rompidos com o Irã há mais de três décadas.

Diplomata formado nos EUA, Zarif foi embaixador do Irã na ONU até 2007 e participou de debates com americanos que hoje ocupam altos cargos em Washington, entre eles o atual secretário de Defesa Chuck Hagel.

"Zarif é um dos nossos melhores quadros diplomáticos e conhece muito bem os EUA", disse à Folha uma fonte próxima de Rowhani.

"Ele discordava profundamente de como a diplomacia era conduzida pelo governo anterior", afirmou, em referência à retórica incendiária de Mahmoud Ahmadinejad.

Já o indicado de Rowhani para atuar como negociador nuclear não foi revelado.

Especula-se que as nomeações, assim como os sinais apaziguadores, tenham aval do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, detentor da palavra final nos temas de Estado.

Horas após o discurso no Parlamento, o Departamento de Estado dos EUA ofereceu uma "parceria bem intencionada", desde que o iraniano se comprometa a "cumprir com suas obrigações".

Rowhani também abordou em seu discurso a corrupção "que gangrena o país" e disse que somente uma gestão ética pode salvar a economia.

Ele elogiou a participação feminina no Irã e disse que a inclusão de gênero está "no topo da agenda". Acenando às minorias, como judeus e curdos, prometeu ainda governar "para todos"."


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