Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ícone do crime, Biggs gostaria de voltar a viver no Brasil, diz filho

DE LONDRES

Famoso pela fuga mais espetacular entre os assaltantes do trem pagador, o londrino Ronald Biggs hoje sofre com a distância do Brasil e do Rio de Janeiro, onde passou 31 anos como dublê de fugitivo e celebridade fora da lei.

Com a saúde fragilizada depois de sete derrames, ele comemora hoje 84 anos, no mesmo dia em que o roubo completa cinco décadas.

"No domingo, ele me disse que uma das maiores dores da sua vida foi ter ido embora do Brasil. Ele carrega uma tristeza muito grande por não poder voltar", contou à Folha seu filho Mike Biggs, cantor do grupo infantil Balão Mágico nos anos 80.

Chamado de Ronnie pelos amigos e pelos tabloides britânicos, Biggs chegou ao Rio de Janeiro em 1970, depois de pular o muro da prisão usando uma corda e passar cinco anos escondido na Austrália.

Como Brasil e Reino Unido não tinham um tratado de extradição, a ditadura militar teve que cruzar os braços enquanto ele dava autógrafos, ia a festas e faturava vendendo entrevistas e souvenirs em sua casa em Santa Teresa.

Durante três décadas, um encontro com Biggs era item obrigatório na agenda de bandas de rock que passassem pelo país, como Rolling Stones e The Police.

Com os Sex Pistols, ícones do punk, ele visitou o Cristo Redentor e gravou o clipe "No one is innocent" ["Ninguém é inocente", em inglês"].

"Depois do assalto, ele ganhou muito dinheiro com a imprensa britânica. Quando um tabloide estava sem assunto, botava um repórter no avião e mandava entrevistá-lo no Rio. Isso acabou, infelizmente", diz Mike Biggs.

Ronnie chegou a ser enredo da Porto da Pedra no Carnaval carioca ("Samba no pé e mãos ao alto, isto é um assalto!", em 1998). A escola de samba teve menos sorte que o seu homenageado e acabou sendo rebaixada para o grupo de acesso.

Em 2001, ele faturou com a história pela última vez, voltando à sua terra natal num jato fretado pelo tabloide "The Sun". Entregou-se à polícia e foi solto após oito anos, por razões humanitárias, e hoje vive num asilo no norte de Londres. (BMF)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página