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Apesar de iniciativas do governo, interior passa por 'desertificação'

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DA ENVIADA A FELGAR (PORTUGAL)

A última escola primária de Felgar, aldeia em Trás-os-Montes, fechou no início deste ano. Tinham sobrado só 12 alunos. Felgar, como o resto do interior do país, vive um processo de esvaziamento.

A aldeia, cercada de oliveiras e amendoeiras, faz parte do município de Torre de Moncorvo, que tem 8.572 mil pessoas (Censo de 2011). Em 1960, eram 18 mil.

Não se veem jovens nas ruas de pedra de Felgar. São quatro idosos com mais de 65 anos para cada jovem no município.

Toda a família de Antonia Maria Salgado, 88, foi embora dali. "Só sobramos eu e minha prima Conceição", diz. Conceição tem 83 anos.

Dois dos três filhos de Antonia morreram. Um não vive mais na aldeia. De seus netos, nenhum ficou em Felgar. Um foi para Angola e outra está na França.

Felgar é um retrato da chamada desertificação do interior de Portugal. No interior, o número de municípios que perdeu população aumentou de 173 (entre 1991 e 2001) para 198 entre 2001 e 2011.

Também aumentou o número de municípios com decréscimos populacionais superiores a 10% no interior.

"Teremos cada vez mais aldeias vazias; isso resulta em um país muito desequilibrado", diz Jorge Malheiros.

Na onda de emigração dos anos 60 e 70, os trasmontanos foram para Lisboa, Porto, França e Alemanha. Muitos agora se aposentaram e voltaram para as aldeias. Mas seus filhos, mais qualificados que a geração anterior, estão quase todos no exterior ou em cidades grandes.

O governo fez iniciativas para repovoar o interior. "O turismo rural e a profissionalização da agricultura não foram suficientes para reverter o esvaziamento do interior, principalmente em algumas aldeias em Trás-os-Montes e no Alentejo", diz o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.


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