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Manifestantes pró-Mursi respondem com violência
DO CAIRONo dia seguinte ao massacre das forças de segurança egípcias, os islamitas responderam ontem com violência em várias cidades do país.
Dois policiais foram mortos a tiros nas cidades de Assiu e al-Arish. Em Alexandria, segundo autoridades locais, um taxista foi esfaqueado até a morte por simpatizantes do presidente deposto Mohammed Mursi. Ele teria colado no vidro do carro um cartaz com a foto do general Abdel Fatah al-Sisi, comandante das Forças Armadas.
Um escritório do governo de Giza, ao sul do Cairo, foi atacado e incendiado por integrantes da Irmandade Muçulmana.
Também houve relatos de ataques a delegacias e a igrejas coptas, minoria religiosa no Egito. Um dos templos, em Fayoum, foi incendiado.
"Não concordamos nem aceitamos os ataques a construções públicas ou igrejas", disse à Folha Ataf Abd al-Aziz, porta-voz do partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade. "O governo quer nos chamar de terroristas e nos isolar para, então, ter o direito de nos matar", afirma Aziz. Ele reconhece, porém, que é difícil controlar os ativistas pró-Mursi.
No Twitter, Gehad el-Haddad, da Irmandade Muçulmana, disse que o movimento sofreu "um golpe muito duro" no massacre e que a coordenação central foi perdida.
Para ele, a raiva dos militantes "está fora de controle".
O médico Sami Abdul Samir, 36, diz que o Exército "conseguiu separar o país".
"O que vai acontecer é que nunca chegaremos a um ponto em comum para negociar."
"Esse não é um Exército, ou seja, uma instituição para defender o povo. Essa é uma milícia do general Sisi", afirma Muhammad al-Mala, 42. (DIOGO BERCITO, COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS)